‘A Petrobras é quem decide reajuste de preços’, diz Lula

Segundo Lula, a estatal tem a liberdade de decidir o rumo dos preços dos combustíveis

Por Márcio Juliboni SEGUIR SEGUINDO Atualizado em 30 jan 2025, 15h43 - Publicado em 30 jan 2025, 12h11

O presidente Lula em entrevista a jornalistas na manhã desta quinta-feira — PRESSÃO Lula: defasagem de preços dos combustíveis preocupa analistas (CanalGov/Youtube)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que não cabe a ele decidir o reajuste dos combustíveis, e sim à diretoria da Petrobras. “Eu já aprendi que é a Petrobras quem decide isso, não eu”, disse durante a entrevista coletiva que concedeu nesta manhã de quinta-feira, 30. A declaração ocorre na mesma semana em que a presidente da estatal, Magda Chambriard, reuniu-se com Lula e os ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e da Casa Civil, Rui Costa. No encontro, ela teria avisado aos presentes que o preço do diesel será reajustado em breve.

O tema é sensível para os caminhoneiros, que formam uma importante base de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro e que ganharam força desde a greve realizada em 2018, durante o governo Michel Temer. Questionado se teme enfrentar um movimento semelhante, caso o diesel suba, Lula afirmou que sua reação será a de dialogar com os envolvidos em busca de uma solução.

Lula lembrou que os preços subirão a partir de fevereiro, quando entra em vigor o aumento da alíquota do ICMS decidido pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), composto pelos secretários estaduais da Fazenda. Na média, os analistas calculam que o reajuste seja de 1,47 real por litro para a gasolina e o etanol, e de 1,12 real para o diesel e o biodiesel.

Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a defasagem de preços do diesel em relação ao mercado internacional encerrou a semana passada em 16%, o equivalente a 56 centavos de real por litro. No caso da gasolina, a diferença é de 7%, ou cerca de 20 centavos por litro. Isso significa que a diferença cresceu nas últimas semanas, já que, no fim de dezembro, a defasagem da gasolina era de 6% e a do diesel, de 11%.