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A harmonia bem-vinda em prol do crescimento do Brasil

O combate à polarização política é fundamental para que o país tenha condições de crescer de modo sustentável, dizem lideranças no Fórum VEJA Brazil Insights

Por Márcio Juliboni Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 1 jun 2025, 08h00

Os desafios que o Brasil impõe aos empreendedores são tão conhecidos quanto as cores da bandeira nacional, mas ficam mais evidentes para quem respira o ambiente de negócios em outros países. Ao se mudar para o estado americano do Colorado, em 2007, a fim de comandar as operações da JBS no país, o empresário Wesley Batista compreendeu com clareza as ineficiências que corroem nossa competitividade. Para sua surpresa, gerir uma operação bilionária na América do Norte é bem mais simples. “O risco de investir no Brasil ou nos Estados Unidos é o mesmo”, disse durante o Fórum VEJA Brazil Insights, realizado em Nova York, na terça-feira 13 de maio. “A diferença é a complexidade.” A necessidade de simplificar a vida das empresas permeou os debates do evento, que contou com algumas das principais lideranças dos negócios, da política e do Judiciário. “Temos as leis trabalhistas e tributárias mais complexas do mundo”, afirmou Batista, no painel que dividiu com Ricardo Faria, presidente da Global Eggs, e com Fabio Carvalho, chairman do Grupo Abril, que publica VEJA.

Trabuco (à esq.), do Bradesco, e Barroso, do STF: o capital privado aposta na parceria entre os poderes para melhorar o ambiente de negócios
Trabuco (à esq.), do Bradesco, e Barroso, do STF: o capital privado aposta na parceria entre os poderes para melhorar o ambiente de negócios (Ricardo de Mattos/.)
Robson Bonin, de VEJA, Wesley Batista, da JBS, Ricardo Faria, da Global Eggs, e Fabio Carvalho, do Grupo Abril: empreender no Brasil é complicado
Robson Bonin, de VEJA, Wesley Batista, da JBS, Ricardo Faria, da Global Eggs, e Fabio Carvalho, do Grupo Abril: empreender no Brasil é complicado (Lucia Pitter/.)

O problema aumenta com a incapacidade do governo de enfrentar problemas graves como o rombo fiscal, que contribui para os juros altos e desencoraja investimentos produtivos. “A bomba fiscal é uma grande tempestade se formando no Brasil”, afirmou Carvalho, da Abril. Se o governo insistir em tratá-la com paliativos, a dívida pública pode crescer rapidamente e paralisar o país nos próximos anos. “Seria uma tragédia”, disse o senador Ciro Nogueira, presidente do Partido Progressistas, no painel que dividiu com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e com Luiz Carlos Trabuco, presidente do conselho de administração do Bradesco. Entre as medidas que não devem mais ser proteladas está uma nova reforma da Previdência Social, segundo Trabuco. “Grande parte do ajuste fiscal virá, mais uma vez, dessa área”, disse.

Wagner: o líder do governo no Senado adverte que o fim do centro político representa uma ameaça à própria democracia brasileira
Wagner: o líder do governo no Senado adverte que o fim do centro político representa uma ameaça à própria democracia brasileira (Ricardo de Mattos/.)
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Cláudio Castro (à esq.), governador do Rio de Janeiro, e Casagrande, governador do Espírito Santo: a União deve ajudar na segurança
Cláudio Castro (à esq.), governador do Rio de Janeiro, e Casagrande, governador do Espírito Santo: a União deve ajudar na segurança (Ricardo de Mattos/.)

Enfrentar pautas tão desafiadoras só será possível se o mundo político superar a profunda radicalização que emergiu das eleições de 2022. “A polarização é uma grande ameaça à democracia”, disse Jaques Wagner, líder do governo no Senado, ao lado do ministro Aroldo Cedraz, do Tribunal de Contas da União, e do deputado federal Dr. Luzinho (PP-­RJ). Nesse sentido, a harmonia vista em Nova York é animadora. “A tranquilidade política terá consequências econômicas positivas”, afirmou Motta. Segundo o parlamentar, um vislumbre dos bons frutos que a pacificação traria é a aprovação, neste ano, de importantes matérias na Câmara, como o projeto que moderniza a lei geral de concessões.

Senador Ciro Nogueira, presidente do PP: a explosão da dívida pública seria “uma tragédia” para os brasileiros
Senador Ciro Nogueira, presidente do PP: a explosão da dívida pública seria “uma tragédia” para os brasileiros (Lucia Pitter/.)
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Hastear a bandeira branca permitiria ainda que a União e os estados trabalhassem juntos em áreas sensíveis como a segurança pública. “Essa questão já deixou de ser dos estados e se tornou federal”, disse Cláudio Castro, governador do Rio de Janeiro, no painel ao lado de Renato Casagrande, governador do Espírito Santo. O Judiciário também precisa colaborar para esfriar os ânimos. “Não existe tensão entre os poderes”, afirmou Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal. Como comprovou o encontro em Nova York, o Brasil só tem a ganhar com a cooperação entre as principais forças políticas e empresariais do país.

Publicado em VEJA, maio de 2025, edição VEJA Negócios nº 14

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