ASSINE VEJA NEGÓCIOS

A dúvida que paira na negociação da PEC de Transição

Proposta deve ser apresentada após o feriado pela equipe de Lula; período de 'licença' do Bolsa Família do teto ainda não foi decidido

Por Larissa Quintino Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 15 nov 2022, 18h13 - Publicado em 15 nov 2022, 12h46

A equipe de transição do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve apresentar após o feriado a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que pedirá uma licença para gastar acima do teto de gastos para poder cumprir a promessa da manutenção de 600 reais do Auxílio Brasil — que deve voltar a se chamar Bolsa Família. O que a equipe comandada pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) negocia é o período durante o qual o programa social vai poder furar o teto e abrir espaço para que o novo governo possa gastar.

A ideia estudada é pedir a excepcionalização do valor que já está previsto no Orçamento de 2023 junto com o que seria necessário para bancar o Auxílio Brasil de 600 reais e o bônus de 150 reais por criança de até 6 anos. O valor seria de 105 bilhões de reais — referentes aos 405 reais mensais de benefício previstos pelo governo de Jair Bolsonaro para 2023 — mais 75 bilhões de reais necessários para o complemento dos 600 reais e o bônus para as crianças. Com a excetuação do teto, o novo governo teria mais espaço fiscal para cumprir outras promessas, como a recomposição do orçamento do Farmácia Popular, de outras áreas da Saúde, bem como o aumento real do salário mínimo. A negociação com líderes da Câmara e do Senado se dá com relação à duração dessa licença para furar o teto: se apenas para 2023, se durante o mandato de Lula ou de forma indeterminada.

O relator do Orçamento, senador Marcelo Castro (MDB-PI), defende que a retirada seja feita de forma permanente, argumentando a importância social da medida. “A PEC da Transição tem um princípio justo e é urgente. Não vejo necessidade alguma de colocarmos um prazo de validade em uma medida social que vai ter um impacto da mais alta importância na vida dos brasileiros mais pobres”, escreveu o senador no Twitter na última segunda-feira.

Essa licença indefinida, entretanto, não agrada à base do atual governo, que teme perder articulação a partir de 2023, quando passar a ser oposição. Segundo Ciro Nogueira, ministro da Casa Civil de Bolsonaro, abrir o prazo para mais que um ano seria “usurpar” o Congresso. “Estender para quatro anos a atribuição do Congresso que termina não é só a usurpação de poder do Congresso que ainda nem começou. É a falta de critério democrático.” 

O prazo indeterminado também preocupa o mercado financeiro, já que não há sinalização da fonte de custeio ou uma previsibilidade para o crescimento dos gastos sociais, caso excetuados para sempre. Durante participação na Brazil Conference, evento do grupo Lide realizado em Nova York, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles defendeu que a “licença para gastar” tenha um limite e que, superada a discussão da abertura do espaço fiscal, se volte a uma discussão de racionalização dos gastos públicos.

Continua após a publicidade
Continua após a publicidade
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas R$ 5,99/mês*
ECONOMIZE ATÉ 59% OFF

Revista em Casa + Digital Completo

Nesta semana do Consumidor, aproveite a promoção que preparamos pra você.
Receba a revista em casa a partir de 10,99.
a partir de 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.