A brusca reação das ações da Petrobras após o apoio do Centrão a Alckmin
Com o apoio do Centrão, o tucano terá mais da metade do horário eleitoral à sua disposição
A partir do fortalecimento dos rumores de que o Centrão, bloco partidário formado por PR, DEM, PRB, Solidariedade e PP, escolheria apoiar Geraldo Alckmin (PSDB), em vez de Ciro Gomes (PDT), o mercado reagiu com euforia. A Petrobras, por exemplo, apresentou salto impressionante. Em uma hora, o valor das ações preferenciais da petroleira saltou mais de 6%. Por volta de 16h30, o papel era negociado na casa dos R$ 17,40 na bolsa. Às 17h30, o preço havia subido para R$ 18,55.
Nesta sexta, com a confirmação do acordo, o papel subiu mais ainda: está sendo negociado ao longo da tarde acima dos R$ 19,20 e chegou a bater em R$ 19,40 no início da manhã, uma valorização de mais de 10% em poucas horas.
“O mercado estava começando a ficar desconfiado de que pautas menos liberais, mais de centro-esquerda, pudessem ter uma força maior nessa eleição. Com o apoio do Centrão a tendência muda, e isso reforça um recall mais positivo principalmente em relação às empresas públicas”, afirma André Perfeito, economista-chefe da Spinelli Investimentos.
Para Perfeito, no entanto, apesar da euforia, a situação é de indefinição. “Em um primeiro momento tudo parece bastante positivo, mas é preciso medir o que o Alckmin vai dar em troca para o Centrão. Além disso, não necessariamente o acordo irá se traduzir em melhora nas pesquisas no curto prazo”, pondera. “A bolsa precisaria de mais boas notícias para continuar subindo”.
Em várias entrevistas, Ciro Gomes, candidato ao Planalto que estava sendo cotado pelo Centrão para receber apoio, rejeitou enfaticamente a privatização da Petrobras, se colocou contra a política de preços de combustíveis implantada por seu ex-presidente, Pedro Parente, e afirmou que a empresa deveria servir a interesses nacionais, e não a seus acionistas. Alem disso, o candidato do PDT não tem perfil reformista, o que desagrada o mercado.