A boa notícia vinda dos dados de inflação dos Estados Unidos
CPI, índice de preços ao consumidor dos EUA, ficou em 0,1%, abaixo das expectativas de mercado e mostrando desaceleração
A inflação oficial dos Estados Unidos subiu 0,1% em março, segundo os dados divulgados nesta quarta-feira, 12, pelo Departamento do Trabalho americano. O ritmo é menor que no mês anterior (0,4%) e abaixo das expectativas do mercado, que projetava 0,2% de alta no mês. O dado deve trazer alívio aos mercados, já que a inflação prolongada na maior economia do mundo puxa a alta nas taxas de juros do FED e o aperto prolongado aumenta os riscos de desaceleração econômica.
No acumulado do período de 12 meses, o CPI americano registrou alta de 5%, também abaixo da projeção de 5,1% e dos 6,4% registrados no mês anterior. Esse é o menor resultado do CPI em base anual desde maio de 2022.
Os dados devem balizar o FED para a próxima decisão de juros. Por causa dos núcleos ainda pressionados, as analistas veem que o ciclo de aperto deve ter um ajuste adicional, mas que está se encaminhando para o fim, “O CPI veio um pouco abaixo do esperado, seguindo tendência mundial de números de inflação desquecendo. Mas não acho que seja suficiente para o FED mudar a cabeça e não subir os 25 pontos base que estão deixando claro para a próxima reunião. Mas acredito que seja a última alta do ciclo”, afirma Marcelo Oliveira, CFA e co-fundador da Quantzed.
O resultado animou o investidor, Por aqui, o dólar comercial que era vendido a 4,99 reais antes do anúncio dos dados caiu para 4,96 reais, queda de 0,87% na comparação com o pregão anterior. A desaceleração inflacionária aumenta o apetite ao risco. O Ibovespa abriu em alta e subia 0,83%, por volta das 10h25 (horário de Brasília), acompanhando o movimento dos mercados americanos.
O núcleo do indicador, que exclui preços de itens voláteis como energia e alimentos, e é mais observado pelo mercado no cálculo das expectativas de inflação também caiu para 0,4%, abaixo dos 0,5% de fevereiro, voltando para o mesmo patamar de janeiro, em linha das estimativas de mercado.
Segundo o Departamento de Trabalho, os preços de moradia foram os que mais contribuíram para a alta da inflação praticamente anulando as quedas nos preços de energia e alimentação.