85% dos clubes do Brasileirão têm parcerias com empresas ligadas ao agro
Todos os campeões da elite nacional no Século XXI possuem acordos com o setor que representa 24,8% do PIB brasileiro, de acordo com o Cepea
Motor do PIB no primeiro trimestre, o agronegócio tem expandido sua visibilidade e penetrando outros campos. O agronegócio dominou também o futebol brasileiro. Na principal competição nacional, Athletico, Atlético-MG, Bahia, Botafogo, Corinthians, Cruzeiro, Cuiabá, Flamengo, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Grêmio, Internacional, Palmeiras, Santos, São Paulo e Vasco são parceiros de empresas do ramo. “O agronegócio é um dos setores da economia que exibe maior evolução e possibilidade de gerar receitas”, afirma Leonardo Sodré, CEO da GIROAgro, empresa de fertilizantes que possui contrato com a CBF até o fim de 2024 e está presente em backdrops, ações digitais e oferecimento de experiências para os torcedores.
Conforme o mais recente estudo publicado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), os três estados do Centro-Oeste estão entre os maiores produtores do segmento no Brasil. A força da região no ramo reflete nos investimentos realizados por empresas do agro para o Cuiabá, único representante do estado do Mato Grosso na elite do futebol brasileiro.”O incentivo do segmento tem sido muito importante para a aquisição de novos jogadores. A Agro Amazônia, um dos nossos patrocinadores, tem crescido bastante nas últimas temporadas e apresenta condições de apoiar o clube”, afirma Cristiano Dresch, vice-presidente do Cuiabá.
Presente na maioria dos clubes de expressão do país, o agronegócio bate recorde também no mundo dos negócios. Em abril, o Ministério da Agricultura divulgou que as exportações brasileiras atingiram números históricos. Com um total de 36 bilhões de dólares arrecadados por conta das vendas internacionais nos primeiros três meses do ano, o agro registrou um crescimento de 6,7% em relação ao mesmo período de 2022. “Creio que as parcerias entre o segmento e o futebol devem crescer ainda mais, visto a força da indústria que, hoje, é o motor da economia nacional”, diz Renê Salviano, CEO da Heatmap, companhia especializada em marketing esportivo.
Série B
Todos os times que disputam o Campeonato Brasileiro Série B e que já foram campeões dos principais títulos nacionais do Brasil (Brasileirão Série A e Copa do Brasil) apresentam parcerias com empresas ligadas ao agronegócio. É o caso de Juventude, campeão da Copa do Brasil de 1999, Guarani, campeão brasileiro de 1978, Criciúma, campeão da Copa do Brasil de 1991 e Sport, campeão brasileiro de 1987 e da Copa do Brasil de 2008. O Juventude, por exemplo, conta com o apoio da Efficienza, empresa que exporta produtos advindos do agronegócio. “O setor tem conquistado diversos recordes e isso é refletido nos patrocínios para o futebol brasileiro”, comemora Fábio Pizzamiglio, presidente do clube gaúcho.
Em 2022, de acordo com o Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, houve um superávit de 20,82 bilhões de dólares do agronegócio. O valor é 44,4% superior ao obtido em 2021. “Vejo que foi identificada uma grande parceria para os negócios, pois as empresas conseguem mostrar seu valor e ter um envolvimento direto com o público movido pela paixão do esporte”, conclui Adriano Hintze, diretor de marketing do Guarani.