5G: Claro, Vivo e Tim arrematam faixa de 3,5 GhZ, a mais valiosa do leilão
Frequência é mais utilizada na oferta de 5G no mundo; certame é promovido pela Anatel
Os lotes nacionais, da faixa de frequência de 3,5 GHz, foram arrematadas nesta quinta-feira, 4, pela Claro por 338 milhões de reais, Telefônica por 420 milhões de reais, e TIM por 351 milhões de reais. A faixa de 3,5 GhZ ficará exclusiva para o 5G, com capacidade de transmissão de altíssima velocidade. Essa é a faixa mais usada no mundo para o 5G, atendendo o consumidor final e a indústria. Os lotes D33 a D36, que são blocos menores de 20 MHz da faixa de 3,5 GHz, foram vencidos por Claro (D33) no valor de 80,338 milhões de reais; TIM (D34) por 80,337 milhões de reais; e Telefônica Brasil (D35) por 80,787 milhões de reais. O lote D36 foi considerado deserto, sem interessados.
Também foram leiloados os lotes regionais da frequência de 3,5 GHz. As vencedoras foram: Sercomtel Telecomunicações na região Norte e Estado de São Paulo, no valor de 82 milhões de reais; o Consórcio 5G Sul na região Sul, no valor de 73,6 milhões de reais; Brisanet Serviços de Telecomunicações na região Nordeste, no valor de 1,250 bilhão; Cloud2u no Estado do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais, por 405,100 milhões de reais; Algar Telecom no Sul de Minas, parte do Mato Grosso e Estado de São Paulo, por 2,350 milhões de reais. Todas as radiofrequências regionais disponíveis foram vendidas e, até o momento, o leilão marcou a entrada de três novas empresas no mercado de telefonia móvel no Brasil.
Antes da faixa de 3,5 GhZ, a primeira frequência leiloada foi a de 700 MHz. A Winity II Telecom, ligada ao fundo Pátria, foi a vencedora.
Nos lotes do tipo E, de 50 MHz, na faixa de 2,3 GhZ, a contrapartida dos vencedores é levar 4G para cidades que ainda não são cobertas pela internet de quarta geração. Os lotes foram ofertados de forma regional com outorga para a região Norte. A Claro arrematou os lotes E01 por 72 milhões de reais, E03 por 750 milhões, E05 por 150 milhões de reais, E06 por 210 milhões de reais, e E08 por 32 milhões de reais. O E04 foi vencido pela Brisanet, no valor de 111,385 milhões, e o E07 pela Telefônica, no valor de 176,4 milhões.
Nos lotes do tipo F, de 50 MHz, na faixa de 2,3 GhZ, cuja configuração também é regional, o compromisso é levar o 4G para municípios e demais localidades. A Telefônica arrematou os lotes F01 por 29 milhões de reais, F03 por 231 milhões de reais, e F05 por 30 milhões de reais. A Tim arrematou os lotes F06 por 94,5 milhões, e o F07 por 450 milhões de reais. O F08 foi arrematado pela Algar Telecom por 57 milhões de reais.
O leilão do 5G está sendo ofertado em quatro lotes de frequências, divididos nas seguintes faixas: 700 MHz, 2,3 GHz, 3,5 GHz e 26 GHz. Os dois primeiros espectros (700 MHz, 2,3 GHz) serão usados para ampliar a cobertura em cidades que ainda não contam com a tecnologia 4G e as demais (3,5 GHz e 26 GHz) são redes exclusivas de 5G com capacidade de transmissão de altíssima velocidade. Segundo o Ministério das Comunicações, o edital possui metas fixadas ano a ano e prevê cobertura em todas as cidades do país até 2029.
A licitação ainda exige dos vencedores investimentos na expansão da infraestrutura de fibra óptica na região Amazônica, estruturação da rede privativa de comunicação da administração pública federal e a entrega de kits de televisão para famílias de baixa renda do Cadastro Único de Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico).
O 5G é considerada um marco tecnológico, que vai viabilizar inovações e impulsionar o desenvolvimento de tecnologias dignas de ficção científica, como carros autônomos, experiência de comunicação por realidade virtual com pessoas em outros lugares (metaverso), casas e eletroeletrônicos inteligentes e automatizados, etc. “Quando associado a outras tecnologias como Cloud, Inteligência Artificial, Edge Computing e outros, a 5G também abrirá um espaço para inovações e desenvolvimento de aplicações que sequer existem hoje”, diz a Accenture. A tecnologia também vai melhorar a experiência dos usuários com a navegabilidade: a latência, que é o tempo de resposta para transmissão de dados, será reduzida dramaticamente, de cerca de 50 milissegundos no 4G para menos de 1 milissegundo no 5G.
Na abertura do certame, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, falou sobre o potencial impulsionador que a 5G deve trazer para a economia e agradeceu ao presidente e ao ministro da Economia, Paulo Guedes, pela realização de um leilão não arrecadatório. Segundo Faria, o dinheiro do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust), que existe há mais de 20 anos, nunca foi utilizado para investimento em telecomunicações. “Por isso temos esse deserto digital. O governo Bolsonaro abriu mão de 50 bilhões de reais que poderiam entrar no caixa”, disse Faria.
Ainda segundo o ministro, o Brasil vai ser primeiro país da América Latina a ter 5G e vai virar um “hub de inovação para receber investimentos e exportar a tecnologia para vários países”. A 5G, a quinta geração de internet móvel, pode ser cem vezes mais veloz que o 4G. A previsão é que o leilão movimente 50 bilhões de reais para viabilizar a cobertura 5G em todas as capitais do país até julho de 2022, garantir internet móvel em toda a rede pública e ampliar a rede 4G para cidades ainda não cobertas pela tecnologia.