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‘O Brasil merece uma marca de luxo para chamar de sua’, diz empresária 

Fernanda Elisa explica à coluna GENTE como enfrentou o machismo no empreendedorismo

Por Nara Boechat Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 26 abr 2025, 16h00

Ser mulher e empreender já é difícil, somando ao mercado de luxo, então, o desafio pode ser ainda maior. No entanto, Fernanda Elisa, 42, resolveu quebrar esse tabu há dois anos, quando fundou a perfumaria Felisa Beauty. Não satisfeita, ela ainda quer mais: mostrar para o mundo que o Brasil pode produzir e exportar produtos de qualidade. À coluna GENTE, a empresária explica como enfrenta o machismo e o que a motivou a abrir seu próprio negócio, que hoje conta com sete colaboradores, todas mulheres.

Como entrou nesse mercado de luxo? Sou formada em administração de empresas pela PUC-RJ. Sempre achei que o mercado de luxo e de beleza era algo inatingível para mim. Vivia uma vida de intelectuais, meus pais são professores, fora desse ambiente. No segundo período da faculdade, comecei a estagiar no mercado financeiro. Achava super chique, mas não me apaixonei. Acabei entrando no mercado de beleza, em uma distribuidora de marcas de luxo como Dolce & Gabbana, Hugo Boss e Calvin Klein, em São Paulo. Depois de três anos voltei ao Rio para um grupo espanhol também de luxo e fui convidada para trabalhar na França.

O que te motivou a focar em uma perfumaria de luxo? Caí nesse mundo quando comecei a trabalhar com a Dolce & Gabbana e acabei me apaixonando por esse universo. Tem uma profundidade grande em toda a experiência do cliente e no acabamento do produto. Fui construindo minha carreira neste universo, que é muito diferente. Quando meu marido me perguntou: ‘você vai empreender em quê?’, respondi brincando que só sabia fazer uma coisa. Estou há 20 anos construindo marcas de luxo. Felisa é mistura da minha experiência profissional somada ao meu networking.

Como é empreender no mercado de luxo no Brasil? É algo novo. Sou a única marca nessas grandes lojas. Dependendo do varejo, isso gera desconfiança e até preconceito. Quando comecei a apresentar a Felisa, as pessoas se perguntavam se era bom mesmo ou se isso vinha da França de verdade. Tive apoio de alguns lojistas que vendem grandes marcas de luxo globais. O Brasil é um país muito acostumado a produzir produtos baratos, acessíveis e de maior volume, mas merece uma marca de luxo para chamar de sua. 

Tem mercado no Brasil para perfumaria de luxo? O Brasil é o segundo maior mercado de perfumaria do mundo, ficando atrás somente dos Estados Unidos. O brasileiro é apaixonado por fragrâncias, usa uma média de três a cinco perfumes simultaneamente, variando para cada ocasião.

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Quais são os maiores desafios de ser uma mulher empreendedora? Uma infinidade. Tenho dois filhos pequenos, um de 4 e outra de 7 anos, o que faz ser um desafio diário equilibrar pratos. Empreender sozinha, sem sócios, e nessa vida múltipla, com investimento inicial meu. O que sempre falo para as mulheres é que a gente tem que decidir o quando uma fala pode impactar alguém. Por que ser impactada por uma fala de alguém que você nem sabe quem é?

Já sofreu machismo? O mercado de beleza não tem preconceito, porque acaba sendo um meio feminino. Senti machismo não pela beleza, mas por empreender. Quando lancei a Felisa, as pessoas pensavam que estava brincando e perguntando se era sério mesmo que eu ia abrir um negócio. Há também surpresa de estar vendendo fora do Brasil, me perguntam se quem está investindo é meu marido ou sócio, acham que a gente não é capaz de fazer acontecer. Mas sempre fui mulher independente. Eu falo assim: ‘tem cinco minutos para chorar e depois você volta mais forte’. 

Como classificar uma marca como de luxo? Existem, majoritariamente, três pontos globais para isso. O primeiro é a qualidade. Por exemplo, divulgando que são ingredientes mais sofisticados, novos ou que não fazem mal à natureza. O segundo é a exclusividade, tendo quantidade menor e que não esteja disponível em qualquer lugar. E o terceiro ponto é ser uma marca autoral, independente. 

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