Fabricante do famoso canivete suíço, Victorinox visa o mercado brasileiro
CEO Carl Elsener, de 64 anos, fala da empresa que se tornou ícone global
Quando o bisavô de Carl Elsener, 64, abriu em 1884 uma oficina na vila de Schwyz, na Suíça, não imaginava que chegaria tão longe e por tanto tempo. A ideia de fabricar um canivete compacto com várias funções práticas foi um sucesso imediato: havia nascido o famoso objeto do exército suíço, que logo seria motivo de ostentação pelo mundo. À medida que as necessidades dos clientes e as tecnologias mudaram ao longo dos anos, o canivete também foi evoluindo, e hoje está disponível em vários modelos. Atual CEO da empresa Victorinox, Carl conversou com a coluna sobre as adaptações da marca e a importância do mercado brasileiro.
Qual é o maior desafio ao liderar uma empresa com mais de 130 anos de história? A mudança é a única constante nos dias de hoje. Precisamos permanecer ágeis e reagir rapidamente a novas situações, como pandemias, guerras e problemas na cadeia de abastecimento. Na história de nossa empresa, construir reservas em tempos bons para poder superar período difícil e ainda fazer investimentos necessários em novos produtos. Hoje, existem outras questões que têm impactado os negócios, como matérias-primas, preços dos materiais, atrasos nos embarques causados pela escassez de navios.
Atualmente a marca está no segmento de malas, mochilas e acessórios de viagem, além dos famosos canivetes. Qual é a importância do público consumidor brasileiro? Os brasileiros entendem nosso posicionamento de marca premium e buscam a qualidade, funcionalidade, inovação e design icônico. Permanecemos ágeis, focados e estamos sempre buscando maneiras de aumentar nossa presença.
Conhecida por seus canivetes, a empresa também tem relógios famosos. Qual é o faturamento anual visando ao público brasileiro? A América Latina é um dos nossos mercados importantes em todo o portfólio de produtos. Temos presença no Brasil, México, Chile e Peru, contribuindo para 12% das vendas totais. O mercado brasileiro é globalmente o quinto maior para relógios. Temos realizado campanhas específicas para o Brasil para promover os relógios e vimos que isso criou mais ressonância. Queremos aumentar ainda mais a presença.
Aos 64 anos, o que mais te motiva junto a Victorinox? Cresci tendo um canivete suíço e trabalhei na empresa desde jovem. Sempre fui fascinado pelos produtos e pela marca. Sinto que ainda há muito a fazer, a empresa continua evoluindo junto ao consumidor. É um ícone global da Suíça e recebe feedback positivo de todo o mundo, que me motiva a continuar. Queremos oferecer produtos com excelente desempenho.
Quais são as projeções da empresa para 2024? Esperamos um crescimento de 5% em todo o mundo no próximo ano. No Brasil, nossa equipe previu um crescimento de 15%, que será impulsionado principalmente pelos nossos relógios.