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Autor explica desafios de ESG em negócios: ‘empresas maquiam as práticas’

Milton dos Santos fala à coluna GENTE como pequeno e médio empreendedores se esquivam das práticas de Environmental, Social, and Governance

Por Mafê Firpo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 1 jun 2025, 13h00

Nos últimos anos, tornou-se cada vez mais necessário para as empresas adotarem práticas de Environmental, Social, and Governance (ESG), pauta que promove sustentabilidade e consciência social dentro do mundo corporativo. As grandes companhias já colocam no escopo a necessidade de uma governança corporativa sólida e sustentável, em resposta à pressão para participarem ativamente da causa- no entanto, as pequenas e médias empresas, que possuem pouca visibilidade, costumam a ignorar e não aplicar a agenda ESG. Para discutir o tema, o economista da PUC-SP, Milton dos Santos, 61 anos, lança o livro Governança e Sustentabilidade para Pequenas e Médias Empresas (Ed. Arus) que analisa os desafios de implementação de práticas de Governança e Sustentabilidade. 

De acordo com o economista, as empresas de médio e pequeno porte que passam por cima de tais responsabilidades têm um futuro comprometido – e podem ir até à falência. “Durante muito tempo a pequena empresa se esquivou de algumas responsabilidades. Existe essa necessidade, essa urgência, mas há muita resistência por parte do pequeno e médio empresário em relação a essas práticas. Atualmente acompanho o caso de uma empresa familiar que não tem jeito, a família não se entende, não conversa e tudo vira uma bagunça. A empresa de pequeno e médio porte ainda precisa crescer muito”, diz em conversa com a coluna GENTE. Contudo, Milton alerta que nem sempre os negócios que adotam as práticas seguem de fato a agenda e criam a falsa sensação de que há uma política ESG no local. “Há os espertos, os aproveitadores, inclusive o conceito de greenwashing é muito difundido. Há empresas que maquiam essas práticas para ficar bem socialmente em termos de divulgação. Mas essas transformações precisam acontecer, tem uma hora que elas vão ter que cair na realidade”.

Outro ponto de discussão para Milton é a dificuldade dessa agenda social alcançar os altos cargos de poder – mesmo com algumas empresas aderindo à diversidade -, a falta de lugar os grupos minoritários no mercado atrapalha desenvolvimento profissional. “Esse movimento começa a trazer para o mercado uma quantidade de pessoas que possam fazer mais diferença, mas isso leva um pouco mais de tempo também. Há momentos em que a sociedade, as empresas e  os governos se abrem mais a essas questões, mas há refluxos também. Refluxos em que se começa o discurso de exclusão, o discurso de meritocracia ganha e aí você começa a reverter uma série de políticas, de ações que foram feitas. Tem muita gente que usa esse discurso, mas não muda nada na prática. Não é uma luta fácil, não é uma coisa que a gente estala os dedos e a partir de amanhã tem mais diversidade. A questão é você mexer nos privilégios e ninguém quer abrir mão dos privilégios”, analisa.

Além do meio ambiente e da diversidade, o assédio ainda continua a ser um tópico sensível dentro dessas empresas. De acordo com ele, ainda há muito pequeno e médio empresário com perfil “autoritário”, que acredita que faz um favor ao empregado por pagá-lo. “Existe ainda no interior do Brasil essas relações de dominação. Há um tempo atrás, o pequeno e médio empresário, por exemplo, não tinha nenhum pudor em sonegar. Hoje em dia as coisas já são mais complicadas. Tem empresário que muda de postura porque realmente acredita que as coisas mudaram, agora tem empresários que começaram a tratar melhor o funcionário, não é porque acreditam que ele merece, mas porque, se não tratar, vão ter processos na justiça de assédio”.

Milton, que também faz supervisão de estágio com alunos da PUC, conta que precisou lidar duas vezes com casos de assédio sexual sofrido por alunas. “Teve dois casos, de duas alunas que estavam fazendo estágio, e que vieram conversar comigo, como coordenador de estágio, da situação que elas estavam enfrentando na empresa, e ali houve esses dois casos de assédio sexual. Foram situações complicadas de serem resolvidas, as duas tiveram que deixar o estágio. Mas relações entre chefe e secretária, entre colegas de trabalho, acontecem, mas é diferente de assédio”.

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