A ‘guerra fria’ entre donos do grupo da Farm e da Arezzo
Alexandre Birman e Roberto Jatahy fundiram as marcas e criaram a Azzas

Em 2024, os dois maiores conglomerados do varejo e da moda, a Arezzo&CO e o grupo Soma, decidiram se fundir para criar uma só empresa. O resultado foi um faturamento de 12 bilhões de reais, trinta e quatro marcas e duas mil lojas em todo o país – se tornando o Grupo Azzas. Alexandre Birman, que originalmente estava à da Arezzo&CO com a Arezzo, como Schutz, Anacapri, Alexandre Birman, Vans e AR&CO (Reserva, Reserva Mini, Oficina, Reserva Ink, Reserva Go, Reversa e Simples), se uniu com Roberto Jatahy que liderava as marcas do antigo grupo Soma, como Animale, Farm, Fábula e Foxton.
Inicialmente, o conglomerado dava indícios de um futuro próspero; entretanto, o crescimento não atendeu as expectativas. No início deste ano, a fase lua de mel da empresa acabou: as ações despencaram 10,42% em um único dia, resultando em uma perda de 510 milhões de reais em valor de mercado. Daí, surgiu rumor de que a fusão acabaria – Jatahy e Birman iriam seguir com seus próprios rumos. A notícia não agradou nos bastidores, claro.
Marcello Barros, cofundador da Farm, a primeira marca global do Brasil, afirmou que não esperava pela separação. “Essa notícia surpreendeu a todos nós da Farm. O que pode estar havendo é uma divergência de visão de negócios entre o Roberto e o Birman. Imagino que eles estejam tentando encontrar uma maneira de resolver”, disse durante um podcast. Apesar disso, Marcello afirmou que não há nenhuma crise no Grupo Azzas, apesar das péssimas notícias na bolsa de valores. “A queda nas ações tem a ver com com a reação do mercado diante de um suposto litígio. Mas considero o termo ‘divórcio’ muito bélico e inadequado. Independentemente disso, a Farm seguirá fazendo um trabalho incrível com qualquer desfecho”, ressaltou. Pelo visto, não há um rumo definido a este “casamento” à beira do colapso.