Como o condomínio de um apartamento pode chegar a 30 000 reais por mês
Medida alternativa promete reduzir esse gasto e melhorar a qualidade do serviço

Um dos maiores gastos de um condomínio é a folha pessoal, que está ligada diretamente à segurança, com o pagamento de porteiros e zeladores. Para afastar os perigos que só crescem nas maiores metrópoles, aumentam também os cuidados e a sofisticação dos métodos empregados com o objetivo de tentar afastar ou inibir as ações dos bandidos. Dessa forma, vão se criando autênticos bunkers nas portarias, com equipamentos como vidros à prova de tiros de submetralhadoras e seguranças armados vigiando as entradas. Com isso, o custo de manutenção dos serviços para os moradores chegou em alguns casos à estratosfera, na forma da cobrança de taxas condominiais de até 30 000 reais por mês nos apartamentos de empreendimentos fincados em bairros mais valorizados de algumas capitais brasileiras.
Para quem acha esses valores absurdos, vale o alerta: a escalada dos índices de violência é o combustível que vai continuar alimentando a multiplicação dos gastos com segurança nos condomínios. O primeiro trimestre registrou um aumento significativo no número de roubos e furtos nos três estados mais populosos do Brasil, segundo o IBGE. São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro tiveram cerca de 20% a mais de ocorrências do tipo no período. A maioria dos furtos é de bolsas e de celulares, levados por assaltantes em motos e bicicletas, muitos deles disfarçados de entregadores de aplicativo, a qualquer horário do dia.
O fato é que nem todos os moradores de condomínios conseguem bancar uma superestrutura para fazer frente a essa realidade. Para fugir desses altos investimentos, reduzir custos e manter as contas equilibradas, muitos endereços têm migrado suas portarias e controles de acesso para o modelo virtual, no qual empresas especializadas instalam câmeras e acessos digitais por todo o perímetro do prédio. Assim, prestam o serviço de forma remota, monitorando e controlando as áreas por meio de câmeras e interfones.
As empresas que oferecem esse sistema dizem que os custos chegam a reduzir em até 70% e sustentam que o sistema gera o desejável aumento de segurança para os moradores. Mas é preciso estar atento a esse discurso na hora de fazer uma mudança do tipo no prédio, pois o investimento inicial para instalar todo o equipamento necessário é alto e o contrato tem prazos médios de cinco anos, com multas bem expressivas para o contratante. Além disso, as empresas oferecem o sistema de monitoramento e acesso de portaria, não de segurança propriamente dito, trazendo, muitas vezes, uma expectativa diferente do que se pretendia inicialmente.
Tomando os devidos cuidados com o contrato e optando por instalar a portaria virtual, os condôminos terão a vantagem da redução da mensalidade e uma sensação de segurança maior, já que todo o prédio passará a ser monitorado. Por outro lado, vão conviver com alguns inconvenientes, como a demora na liberação do acesso dos visitantes, recebimento de encomendas, erro na leitura dos acessos faciais e digitais, além da ausência da comodidade que um serviço pessoal traz e de uma possível desvalorização do imóvel, já que a familiar figura do porteiro e zelador, acreditem, ainda é um ativo que conta na decisão comercial.