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Real Estate

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Grandes negócios e tendências do mercado imobiliário. Renata Firpo é publicitária, consultora imobiliária e advogada pós-graduada em Direito imobiliário

Com os juros nas alturas, vale a pena investir em consórcio de imóveis?

Modalidade voltou a ganhar espaço nos últimos tempos

Por Renata Firpo
6 Maio 2025, 09h51

Com a Selic em um dos níveis mais altos dos últimos anos, fixada a 14,25% após a última reunião do COPOM em março, o custo dos financiamentos tradicionais aumentou significativamente. Nesse cenário, o consórcio imobiliário tem ganhado espaço como uma opção mais econômica e estratégica para quem pretende comprar um imóvel sem pressa e com mais controle financeiro.

O consórcio de imóveis, assim como outros consórcios de bens móveis, como os de carros e motos, funciona como uma espécie de compra coletiva planejada. Um grupo de pessoas se reúne com o objetivo de adquirir bens – no caso, imóveis – e contribui mensalmente para um fundo comum. Esse valor é administrado por uma empresa autorizada e, a cada período, um ou mais participantes são contemplados com uma carta de crédito para realizar a compra.

Ao contrário do financiamento bancário, o consórcio não cobra juros compostos. Em vez disso, há uma taxa de administração que, embora represente um custo, costuma ser mais leve ao longo do tempo, principalmente se comparado às taxas aplicadas nas alienações fiduciárias das instituições financeiras. Além disso, é possível usar o FGTS para reduzir o saldo devedor, pagar parte das parcelas ou até dar lances e aumentar as chances de contemplação antecipada.

Entre os atrativos da modalidade está a flexibilidade: o consorciado pode escolher, no momento da contemplação, se deseja comprar um imóvel novo, um usado, um terreno ou até mesmo usar o dinheiro para construir. Essa liberdade, somada à ausência de juros tradicionais, torna o consórcio uma solução viável para quem quer fugir das altas taxas do mercado de crédito.

No entanto, o consórcio exige planejamento e paciência. Como não há garantia de quando o participante será contemplado, é importante que ele não dependa do imóvel de forma imediata. A contemplação pode vir por sorteio ou por lance, mas tudo depende da dinâmica e da competitividade do grupo.

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Outro ponto a considerar é a correção das parcelas e da carta de crédito. Os valores costumam ser reajustados com base em índices da construção civil. Eles refletem a variação dos custos de materiais e mão de obra, como o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção), o que ajuda a preservar o poder de compra, mas não garante que o montante seja suficiente para adquirir o imóvel desejado se o mercado se valorizar muito rapidamente.

Além disso, mesmo após a contemplação, a administradora faz uma análise financeira do consorciado antes de liberar o crédito. Caso o perfil não esteja adequado ou haja inadimplência, a liberação pode ser adiada ou até negada. Por isso, manter as finanças organizadas durante todo o período do consórcio é fundamental.

E vale também se atentar aos gatunos de plantão que estão sempre prontos aplicando golpes Brasil afora. Muitas pessoas já foram lesadas e perderam dinheiro, vitimas de falsos contemplados por consórcio. A ação fraudulenta acontece quando o golpista anuncia a venda de uma carta de crédito que foi sorteada mas que, na verdade, não existe. A carta de crédito é o prêmio de quem é contemplado pelo consórcio e a pessoa sorteada tem acesso ao valor necessário para fazer a compra à vista do bem que deseja. Caso não queira usufruir dessa quantia, ela pode vender a cota para quem tenha interesse no crédito.

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No final de março, oito pessoas foram presas em flagrante, suspeitas de aplicar o “golpe do falso consórcio” de imóveis e veículos, em Vitória da Conquista, no sudoesta da Bahia. De acordo com a Polícia Civil, eles são suspeitos pelos crimes de estelionato e formação de quadrilha. No total, 20 pessoas registraram boletim de ocorrência.

Em resumo, vale a pena considerar participar de um consórcio imobiliário como alternativa para quem quer fugir dos juros altos da Selic e tem um horizonte de médio a longo prazo para realizar o sonho da casa própria ou investir em imóveis. Com disciplina e boa orientação, ele pode ser uma escolha financeiramente vantajosa frente às condições atuais do mercado de crédito.

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