Ainda mais conhecida por aqui como a Terra do Mickey, Orlando tem atrativos que vão hoje muito além do turismo. No mercado imobiliário, a cidade, que é a mais visitada pelos brasileiros no exterior, possui preços bem menores do que a movimentada Miami, onde o custo de vida é alto e os valores das propriedades não para de subir (o fenômeno foi tema de uma coluna recente do Real Estate).
O ar de cidade pacata de Orlando costuma enganar quem não conhece seu potencial de negócios. O local virou um importante centro financeiro, que continua em expansão. Há ainda outros indicadores importantes. Por oito anos consecutivos, foi líder em atendimento e pesquisas na área da saúde. Além disso, é sede hoje de muitas empresas multinacionais e de alta tecnologia, contabilizando benefícios como a criação de empregos de alta qualificação e melhorias no padrão de remuneração para os habitantes locais.
A exemplo de Miami, o mercado imobiliário de Orlando se valorizou vertiginosamente na fase pós-pandemia. De acordo com dados da Orlando Regional Realtor Association, em maio de 2022 o setor apresentou um impressionante crescimento médio de 23,2% nos preços. Um ano depois, mesmo com cenário restritivo de taxas de juros, o mercado segue em alta, mas a uma taxa de 2,8%.
Os parques temáticos, sem dúvidas, movem a economia local e são responsáveis pela cidade ter recebido em 2022 mais de 74 milhões de visitantes, de acordo com o Visit Orlando — além dos estrangeiros, os próprios norte-americanos viajam para lá em que buscam do clima tropical da cidade durante todo o ano.
Orlando também é um ótimo destino para quem busca se aperfeiçoar nos estudos e ampliar seu currículo. É de lá a segunda maior universidade dos EUA, a University of Central Florida. A cidade também possui outras duas universidades consideradas como referência: Rollins College, indicado no Princeton Review em 2012 como uma das melhores escolas de Business dos EUA, e a Full Sail, conhecida pelos seus programas em animação gráfica e produção de filmes e música.
A novidade mais recente por lá foi anunciada pela Brightline, empresa de trens de alta velocidade que opera nos Estados Unidos. Essa companhia divulgou a data de início das viagens rápidas entre Miami e Orlando. A rota está marcada para começar dia 4 de julho, dia do feriado da independência no país. O trajeto deve levar por esse sistema 3h30.
Com uma realidade tão positiva, mesmo com o câmbio ainda alto para nós, brasileiros, investir em Orlando continua sendo uma boa oportunidade. No mercado imobiliário, destaca-se em especial um tipo de produto: as casas em condomínios para locação de curta temporada. A maioria dos empreendimentos com esse perfil ficam nas regiões de Kissimmee, Davenport e mais recentemente, em Clermont, todos próximos aos parques da Disney.
As pessoas que visitam a cidade ocupam boa parte das casas em condomínios feitos especialmente para investimento em renda recorrente. Um imóvel que atenda os requisitos mínimos de aluguel por temporada oferece taxa de ocupação aproximada entre 60% e 80%. O valor da diária fica na faixa de USD 100 – 150. Alguns imóveis podem conseguir taxas de ocupação de 90% e diárias de até USD 250 em alta temporada.
Alugar uma casa por temporada tem tudo a ver com viagem em família (justamente o tipo de turista que frequenta o local), seja pela comodidade de ter uma residência e viver um pouco como os nativos ou mesmo pelos preços atrativos com qualidade da infraestrutura.
O investimento nesse tipo de imóvel é totalmente possível para os brasileiros que dispõem de recursos financeiros e desejam diversificar seus empreendimentos. O Real Estate Broker da Real Estate Investments by Borrero Corp, especialista em condomínios desse tipo, comercializa casas a partir de U$509,000. De acordo com Rodolfo Milanez, Broker Associate da empresa, o retorno é certo, na forma de alugueis e de valorização patrimonial.
Outra vantagem é que esses imóveis são todos administrados pelo proprietário a distância. Apesar de os condomínios oferecerem apoio administrativo e se responsabilizarem pela locação, os donos das casas podem acompanhar seu investimento pelos aplicativos próprios desses empreendimentos.
Segundo o broker Milanez, cerca de 20% das casas adquiridas por estrangeiros foram compradas por brasileiros no último ano. Em segundo lugar estão os canadenses, seguidos pelos venezuelanos e pelos chineses.
E atenção: comprar um imóvel nos Estados Unidos não dá direito a cidadania americana, tampouco o direito de residir no país. Para ter uma das diversas modalidades de visto para estrangeiros, as regras e demandas são outras. Inclusive, o governador da Flórida, Ron DeSantis, sancionou no início de maio deste ano uma lei de imigração (a SB-1718) que impõe sérias restrições e consequências criminais para imigrantes irregulares que vivem no estado ou para indivíduos e empresas que, de alguma maneira, ajudem esses estrangeiros. A lei entra em vigor em 1º de julho.
Apesar da imigração ser um tema federal, por conta da independência dos estados norte americanos, cada estado acaba legislando de maneira própria em diversas matérias. A controversa lei em questão já está causando consequências antes mesmo de começar, provocando um êxodo de muitos imigrantes, a maioria latinos, para outros estados.
Para os brasileiros que cumprem a lei, no entanto, a terra do Mickey, mais do que nunca, é hoje uma terra com muitas oportunidades.