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Real Estate

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Grandes negócios e tendências do mercado imobiliário. Renata Firpo é publicitária, consultora imobiliária e advogada pós-graduada em Direito imobiliário

A nova tecnologia capaz de erguer casas mais baratas e em menor tempo

O negócio já começou a ser testado no exterior e acaba de chegar ao Brasil

Por Renata Firpo
Atualizado em 17 out 2024, 10h44 - Publicado em 17 out 2024, 09h00

Ao longo das últimas décadas, pesquisas em diferentes lugares do mundo tentam encontrar formas mais fáceis e baratas de construir imóveis, com o uso de diferentes técnicas e materiais. Quem parece ter mais chances de ganhar essa corrida pela inovação é a tecnologia de impressão 3D. Sim, o negócio envolve literalmente a impressão de uma casa, em escala real. Alguns países, como a Alemanha, já obtiveram sucesso em testes usando esse tipo de equipamento para erguer residências. A máquina atua produzindo linhas de concreto, que são empilhadas durante o processo de montagem. As perspectivas são extremamente animadoras devido aos ganhos de agilidade e de economia de mão de obra.

Futorologia? Não, está acontecendo, em diversas partes do mundo. Nos Estados Unidos, surgiu agora um bairro na cidade de Georgetown, ao norte de Austin, no Texas, que foi todo construído por impressoras 3D. Isso mesmo. Literalmente todas as 100 casas do local foram erguidas por impressoras e os primeiros moradores já começam a ocupar as residências.

A produção dessas casas se assemelha a uma impressão 3D de um objeto comum, porém tudo em larga escala. O material utilizado é feito à base de concreto chamado de Lavacrete. Com ele, o robô consegue imprimir todas as paredes das casas, que têm metragens entre 200 e 250 metros quadrados. Por conta da construção seguir modelos programados no computador, a tecnologia tem uma margem mínima de erro e, com isso, toda a parte hidráulica, elétrica e de telhada é pré-moldada e encaixada posteriormente. Apenas a fundação e acabamentos são feitos de modo tradicional.

Além da celeridade da obra, que permite uma execução dez vezes mais rápida do que a tradicional construção em alvenaria, também existe um ganho significativo no investimento de mão de obra, já que o trabalho exige apenas operadores da máquina. Além disso, todo o processo da obra é realizado com muito menos desperdício, mais limpeza e menos risco de acidente, deixando um ambiente pronto apenas para receber os acabamentos finais. Todo esse ganho de tempo e custo com mão de obra e insumo de material são enormes e acabam impactando diretamente no bolso do consumidor final. As casas do novo bairro em Georgetown foram comercializadas entre US$ 400 mil (1,9 milhão) e US$ 599 mil (R$ 2,8 milhões) em 2023 e cada uma demorou em torno de 3 semanas para serem finalizadas.

A empresa por trás dessa novidade engenhosa é americana Icon Vulcan que se apresenta como uma empresa de tecnologia e engenharia de precisão e rapidez. Os vídeos das obras, com suas impressoras gigantes que pesam mais de 4 toneladas, parecem até coisa de ficção. Isso nos faz refletir sobre o potencial de transformação e do impacto dessa tecnologia no mercado imobiliário e na sociedade de um modo geral, principalmente em países como o Brasil, que têm déficits habitacionais tão grandes, passando de 6 milhões de domicílios. Aqui no país, aliás, a Hom3D, uma empresa de Cinop, em Mato Grosso, começa a dar seus primeiros passos para operar nesse mercado de impressão de casas por meio de engenharia e tecnologia próprias. Ainda aguardando algumas certificações para iniciar a operação, a start-up divulgou recentemente que já consegue produzir casas de aproximadamente 70 metros quadrados pelo sistema.

Que o futuro chegue logo, portanto.

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