Venda direta de etanol elevaria gasto com frete em quase R$ 1 bilhão
Em reunião nesta semana, Bolsonaro reafirmou promessa de atender reivindicações dos usineiros

Em encontro com usineiros do Nordeste nessa semana, Jair Bolsonaro reforçou sua promessa de campanha de colocar para andar a venda direta de etanol.
O tema virou briga entre usineiros e distribuidores de combustíveis, pois a venda direta deve mexer com uma cadeia milionária de logística e transporte.
Um estudo elaborado por uma grande consultoria mostra que o impacto na cadeia de distribuição seria bilionário. Como a distribuição das usinas pelo país não segue critérios de demanda, as distâncias percorridas para levar o etanol vendido diretamente ao consumidor cresceriam significativamente, elevando os gastos de logística em quase 1 bilhão de reais.
Os resultados do estudo “demonstram um crescimento do custo de transporte por volta de 20% com a venda direta de etanol das usinas para os postos revendedores, representando 181 milhões de reais, quando aplicado modelo de abastecimento usina-município em todo o Brasil”, diz o estudo.
Outras perdas potenciais relacionadas à contratação comercial dos fretes na utilização da venda direta também são estimadas: “Aumento do frete usina-base para etanol anidro, por perda de escala na contratação: R$ 34 milhões. II)Aumento do frete base-distribuição para diesel B e gasolina C por perda de escala na contratação: R$ 252 milhões.”
Ainda segundo o estudo, a consequência da venda direta seria “a perda de toda a eficiência logística baseada em transporte de alto volume e ganhos de escala, resultando no aumento do preço do produto”.
Isso sem contar o aumento na sonegação fiscal, estimada em 20 bilhões de reais no setor, diante de um universo maior de vendedores a fiscalizar.