Preço de alimentação fora de casa sobe, apesar da queda da inflação geral
Aumento dos preços atingiu 14 das 16 unidades da federação pesquisadas pelo IBGE
A Associação Nacional de Restaurantes (ANR) divulgou uma pesquisa segundo a qual o índice de inflação para o setor de alimentação fora da residência, abrangendo principalmente bares e restaurantes, subiu 0,33%, contrastando com a deflação geral brasileira de -0,02%, a primeira do ano.
O cafezinho e os doces foram os mais afetados pelas altas em agosto, com aumentos de 1,68% e 0,83%, respectivamente. Por outro lado, produtos como sorvetes (-0,81%) e algumas bebidas alcoólicas (-0,39%) registraram quedas nos preços.
Das 16 unidades da federação mapeadas pelo IBGE, 14 tiveram alta nos preços do setor. O Distrito Federal (+0,66%), São Paulo (+0,47%) e Goiás (+0,44%) lideram as maiores variações, enquanto Pará (-0,40%) e Maranhão (-0,23%) foram os únicos estados que registraram deflação no período.
O cafezinho, item tradicional no cardápio , teve o maior aumento no acumulado do ano, com alta de 6,50%, enquanto o vinho apresentou uma deflação de 3,30%.
Fernando Blower, diretor executivo da ANR, contou que o contraste entre a inflação do setor e a deflação geral brasileira se explica pela pressão sofrida pelo segmento dos restaurantes e similares.
“Estamos enfrentando um desafio complexo de reajustar preços e ao mesmo tempo equilibrar os custos, sempre considerando o impacto nas vendas. A expectativa do setor é de que medidas de estabilização econômica possam aliviar a pressão sobre os custos operacionais nos próximos meses, trazendo um fôlego para bares e restaurantes em todo o Brasil”, disse ele.
Quando analisado o período acumulado do ano até agosto, o custo da alimentação fora do domicílio já subiu 3,1%, superando o índice geral da inflação (+2,9%) no mesmo intervalo de tempo.
Todos os estados analisados foram afetados no período acumulado. O Distrito Federal apresentou a maior alta (+5,30%), enquanto o Maranhão teve a menor variação (+1,50%).