Perder a Zona Franca é botar fogo na floresta, diz governador do Amazonas
Wilson Lima se reuniu com Fernando Haddad e equipe técnica do governo para discutir a reforma tributária

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu na manhã desta quarta-feira com o governador do Amazonas, Wilson Lima, e parlamentares da bancada do estado. Os amazonenses foram defender a manutenção dos benefícios da Zona Franca de Manaus na nova reforma tributária.
“A Zona Franca de Manaus é o modelo mais exitoso de desenvolvimento social, econômico e proteção ambiental. Não é à toa que o estado do Amazonas é o estado mais preservado do planeta”, disse Lima.
“Nós temos um milhão e meio de quilômetros quadrados. Desse total de área, nós temos algo em torno de 96%, 97% preservados. Se o modelo da Zona Franca começa a enfraquecer é o início da queimada da floresta. Perder a Zona Franca de Manaus é começar a tacar fogo na floresta”, acrescentou o governador.
Haddad saiu da reunião em consonância com a comitiva do Amazonas. Ele disse que a equipe do Ministério da Fazenda quer manter os incentivos da Zona Franca até 2073, conforme previsto na Constituição. Segundo o ministro, o posicionamento tem o aval de Lula.
“É conhecido o respeito e admiração do presidente Lula por esse projeto [a Zona Franca de Manaus] que garante a sustentabilidade da região que hoje é motivo de preocupação internacional”, afirmou Haddad. “Sem esse tratamento diferenciado, muito dificilmente, nós vamos conseguir atingir as metas de preservação ambiental com as quais o Brasil se comprometeu”, seguiu.
Nas contas do governo estadual, cerca de 30% do PIB amazonense é atrelado à indústria, setor responsável por quase metade da arrecadação estadual. Por isso, os benefícios da Zona Franca de Manaus são tão importantes para o desenvolvimento do estado.
“No final do dia, ela representa algo em torno de 70% da nossa atividade econômica”, resumiu o governador.