Mudanças no Banco do Brasil geram atritos na cúpula da instituição
Assunto chegou ao Palácio do Planalto recentemente

Integrantes da cúpula do Banco do Brasil levaram recentemente ao Planalto um alerta sobre estranhas e silenciosas mudanças ocorridas na estrutura do banco, adotadas, segundo essas fontes, para atender a pressões políticas do centrão e blindar áreas que já estão sob investigação na instituição.
Essas mudanças, segundo fontes do banco, ocorrem sem a devida divulgação interna e a partir de fatos relevantes ao mercado.
O BB está no centro de uma disputa política que envolve a falta de apoio político a Lula no Congresso e o desejo de caciques do Parlamento de voltarem a operar no banco por meio de apadrinhados.
Nos últimos meses, diretores e até vice-presidentes tiveram atribuições substituídas ou alteradas, gerando desconforto entre funcionários e executivos do banco.
Um exemplo é a área de cobrança e recuperação de créditos inadimplentes, que respondia à Vice-Presidência de Riscos e Controles e passou a ter suas atividades fatiadas entre a área de Atacado e a área de Varejo. “Tal movimentação atípica destoa das melhores práticas de mercado, uma vez que em nenhum grande banco que concede o crédito tem gestão direta sob a área de cobrança”, diz uma fonte do banco.
Já a área de negócios digitais também sofreu alterações estruturais, pois teve sua subordinação transferida da área de tecnologia para a Vice-Presidência de Agronegócios, em uma movimentação considerada inusitada até mesmo por funcionários da alta gestão.
“As mudanças na estrutura têm sido acompanhadas de uma redução significativa de autonomia e de equipes, especialmente na área de cobrança, que neste momento é alvo de uma investigação interna apurando possíveis desvios de condutas”, segue a mesma fonte.