Após prometer a reestruturação da carreira dos agentes da PF e da PRF e depois acenar com um reajuste linear de 5% para todos os servidores federais, que custariam 7 bilhões de reais, o presidente Jair Bolsonaro praticamente enterrou a ideia durante uma entrevista nesta terça ao SBT.

“Lamento, pelo que tudo indica, não será possível dar nenhum reajuste para o servidor no corrente ano, mas já está na legislação nova, comandada pelo parlamento, a LOA [Lei Orçamentária Anual], etc., de que para o ano que vem teremos reajustes e reestruturações”, declarou Bolsonaro ao programa Perspectivas, com Débora Bergamasco.

O presidente justificou a dificuldade em cumprir a própria promessa dizendo que, se o governo der 5% de reajuste linear, algumas categorias pedem reestruturação, e as outras não admitem ficar de fora.

“Não tem recursos para tal”, declarou.

Para fazer o corte de despesas necessário para aumentar os salários, Bolsonaro disse então que precisaria demitir 20.000 pessoas do Ministério da Infraestrutura e as obras em andamento iriam parar, o que atrapalharia o funcionamento do Brasil.

O presidente queixou-se, ainda, da limitação do teto de gastos e afirmou que não pode ignorar a responsabilidade fiscal.

“Fui o primeiro presidente que pegou o teto de gastos. Lá atrás, você podia aumentar servidor, criar, passar pra 800 reais o Auxílio Brasil, Bolsa Família, sem problema nenhum. Eu, mesmo com restrições, fiz algo que no passado não ousaram fazer”, disse.