Aéreas fecham mesa de negociação com governo sobre preço do querosene
Companhias calculam que hoje combustível corresponde a 40% dos custos das empresas
Fortemente impactadas pela alta do querosene de aviação, as companhias aéreas estão otimistas com o diálogo aberto com o governo para tratar do tema.
Representantes do setor se encontraram nas últimas semanas com os ministros Marcelo Sampaio (Infraestrutura), Ciro Nogueira (Casa Civil), Paulo Guedes (Economia) e Carlos Alberto Gomes de Brito (Turismo) e acertaram: já a partir deste mês, haverá encontros periódicos para se discutir o preço do combustível que hoje responde por 40% dos custos das empresas.
“Não queremos pedir desoneração ou redução de tributos. Queremos justamente construir esse diálogo permanente com o governo e que convidem a Petrobras, o Ministério de Minas e Energia e a ANP se for o caso”, diz Eduardo Sanovicz, presidente da Abear, associação que representa as empresas.
Apenas em 2021, o querosene de aviação teve alta de 92% e, em 2022, o preço do combustível já aumentou 48%. “Ele é dolarizado e segue as volatilidades internacionais, ou seja, a guerra na Ucrânia e o aumento no câmbio acabam impactando no preço do bilhete”, diz Sanovicz.
E por falar em tarifa das passagens, o setor também se diz otimista em relação ao debate sobre despacho de bagagem.
Na semana passada, a Câmara aprovou o fim da cobrança em separado, mas o ministro da Infraestrutura já avisou que, se a MP for aprovada do jeito que está, o presidente Jair Bolsonaro (PL) vetará a emenda. O texto ainda precisa ser analisado pelo Senado.
“Esperamos que seja um debate mais tranquilo, menos corrido do que foi na Câmara. Não existe despacho grátis de passagem, o preço será dividido entre todos os passageiros. É uma dinâmica mundial que a tarifa da bagagem seja cobrada em separado”, afirma o presidente da Abear.