Brasil precisa de mais do que ‘pente fino’ nas contas, diz Kínitro
VEJA Mercado: Para chefe de pesquisa da gestora, gastos terão que ser discutidos novamente no futuro próximo
Em dia de agenda de indicadores mais fraca, os investidores acompanham nesta quinta-feira, 24, os desdobramentos das falas recentes do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Primeiramente, o republicano disparou contra Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, chamando-o de “Senhor Tarde Demais” e ameaçando demiti-lo por exigir dele e do Fed um corte de juros mais rápido.
Em seguida, o foco foi novamente a China. Em um claro embate comercial travado contra o gigante asiático, os Estados Unidos seguiram escalando as tarifas comerciais aplicadas ao país, que prontamente respondeu com a imposição de mais alíquotas para importados americanos. No entanto, o presidente americano, assim como no episódio do Fed, voltou atrás, afirmando que tarifas à China não seriam zeradas, mas não seriam de 140%, conforme anunciado anteriormente. Os mercados se animaram com a possibilidade de uma conversa mais amistosa entre as duas potências.
No Brasil, o abismo das contas públicas volta ao foco. Conforme mostrado em reportagem de VEJA, o governo já reconhece a gravidade do problema fiscal diante do forte achatamento do Orçamento, conforme mostrou a divulgação do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2026 — em que um apagão de serviços já parece se desenhar no horizonte.
“O crescimento dos gastos obrigatórios sempre chamou muito a atenção”, diz, João Savignon, chefe de pesquisa macroeconômica da Kínitro Capital, ao VEJA Mercado. “Isso tudo terá que ser rediscutido no futuro, porque não vejo o governo atual fazendo isso em um primeiro momento.”
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