O potencial de resposta do Irã a Trump e a reação das bolsas à guerra
VEJA Mercado: os efeitos devastadores da entrada dos Estados Unidos na guerra, o alerta da Rússia e disparada do petróleo são assuntos da edição
VEJA Mercado | 23 de junho de 2025.
As bolsas europeias e os futuros americanos são negociados em baixa na manhã desta segunda-feira, 23. O presidente americano Donald Trump decidiu entrar na guerra contra o Irã e atacou usinas nucleares do país no último final de semana. Ele exige a rendição incondicional dos iranianos e ameaça novos ataques ao dizer que “ainda existem muitos alvos” e que “haverá uma tragédia muito maior” se não conquistar a paz. Trump disse que trabalhou em equipe com Israel e ironizou ao sugerir uma mudança de regime no Irã: “se o atual regime iraniano não é capaz de tornar o Irã grande novamente, por que não haveria uma mudança de regime? Make Irã Great Again!”.
O Irã alerta oficialmente para uma “resposta proporcional” ao ataque do último final de semana e afirma que todos os cidadãos americanos “se tornaram alvo a partir de agora”. A Rússia condenou os ataques aos iranianos e chamou os Estados Unidos de “irresponsáveis, perigosos e provocativos”. Na última sexta-feira, o presidente Vladimir Putin havia mostrado preocupação sobre o risco de uma Terceira Guerra Mundial.
Nos mercados, as bolsas caem e o petróleo sobe, mas menos do que o esperado. O parlamento iraniano aprovou o fechamento do Estreito de Ormuz, canal importantíssimo por onde passa cerca de 30% de toda a produção de petróleo do mundo. O fechamento do canal ainda precisa ser aprovado por autoridades, mas os preços do petróleo tipo brent chegaram a ultrapassar a marca dos 80 dólares por barril durante a madrugada.
Diego Gimenes entrevista Manuel Furriela, advogado mestre em Direito Internacional pela USP, e Luise Coutinho, chefe de alocação da HCI Advisors. Furriela falou sobre a entrada dos EUA na guerra entre Israel e o Irã e alertou para a capacidade ainda expressiva de resposta dos iranianos. “O Irã é um dos Estados mais poderosos militarmente no Oriente Médio. Há um grande contingente de soldados ainda com potencial de provocar grandes estragos ao território israelense”, disse. “O Irã pode ainda provocar estragos em bases americanas em territórios vizinhos e mobilizar grupos terroristas em território americano”, concluiu.
Furriela fala ainda sobre a potencial entrada da Rússia nos conflitos. Coutinho aborda a tímida reação dos mercados à guerra e a descrença no fechamento do Estreiro de Ormuz. O VEJA Mercado é transmitido de segunda a sexta, ao vivo no YouTube e nas redes sociais, a partir das 10h.
Os fatos que mexem no bolso são o destaque da análise do VEJA Mercado: