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Vai ficar mais caro? Mercado global de açúcar segue pressionado

O balanço global de açúcar do Itaú BBA aponta para um déficit de 4,1 milhões de toneladas na safra 24/25

Por Pedro Gil SEGUIR SEGUINDO 2 abr 2025, 12h12

Colheita de cana-de-açúcar em Porteirão, Goiás, para produção de biocombustíveis (Cavan Images/Getty Images)

O primeiro trimestre de 2024 frustrou as expectativas sobre a produção de açúcar na Ásia. Apesar do otimismo inicial com o fim do fenômeno El Niño, as estimativas foram revistas para baixo em países como Paquistão, Tailândia e Índia. No caso indiano, a projeção inicial de mais de 31 milhões de toneladas foi reduzida para cerca de 26 milhões de toneladas, devido à menor disponibilidade de água para irrigação, clima instável e incidência de doenças nas lavouras.

O balanço global de açúcar do Itaú BBA aponta para um déficit de 4,1 milhões de toneladas na safra 24/25. Já as primeiras projeções para 25/26 indicam um superávit de 4,4 milhões de toneladas, assumindo condições climáticas normais. “As chuvas de verão, fator determinante para a produtividade da safra 25/26, vieram acima da média em novembro e dezembro, mas ficaram abaixo do esperado em fevereiro e março. Se a previsão de abril se concretizar, o volume acumulado de chuvas nos canaviais do Centro-Sul pode ficar abaixo da média histórica, impactando a produtividade. Além disso, falhas na rebrota da cana, agravadas por incêndios ocorridos em agosto do ano passado, aumentam a incerteza sobre a área disponível para colheita”, ressalta Lucas Brunetti, analista da Consultoria Agro do Itaú BBA.

O Itaú BBA mantém a estimativa de 601 milhões de toneladas de cana colhidas na safra 25/26, mas poderá revisar o número caso as previsões climáticas para abril se confirmem. Além disso, a queda dos preços internacionais do açúcar para patamares abaixo dos atuais pode reduzir o incentivo econômico para que as usinas brasileiras maximizem a produção da commodity, o que reduziria a produção de açúcar. Combinando os dois riscos, os preços devem se manter sustentados nos próximos meses.