Tensão entre Lula e Banco Central cresce e altera perspectivas
VEJA Mercado em vídeo: Presidente sobe o tom contra a autarquia e chama de vergonhosa a manutenção da Selic em 13,75%
Cresce a escalada de tensões entre Lula e o Banco Central. O presidente voltou a subir o tom nesta segunda contra a autarquia criticando as metas de inflação e a manutenção da taxa de juros em 13,75%. Lula chamou de vergonhosa a manutenção da Selic no atual patamar durante a cerimônia de posse de Aloizio Mercadante como presidente do BNDES. É importante ressaltar que o aperto monetário via elevação de juros e as metas de inflação estabelecidas pelo Banco Central são importantes ferramentas para desaquecer a economia e controlar a inflação, mas o efeito dessa política vai contra a proposta expansionista do governo Lula e suas falas aumentam a percepção de risco do mercado com a conjuntura econômica. Nesta segunda-feira, o Boletim Focus elevou a expectativa para a inflação de 5,74% para 5,78%. Essa já é a oitava semana consecutiva que o índice é revisto pra cima.
As expectativas inflacionárias também voltam a preocupar no cenário externo. O mercado de trabalho nos Estados Unidos continua aquecido com forte criação de empregos e os dados revertem a perpectiva de alívio na inflação e de relaxamento nos juros por lá.
O sentimento de cautela e maior aversão ao risco derruba as negociações nas principais bolsas do mundo. O Ibovespa acompanha o movimento e negocia em queda nesta tarde, próximo dos 108 mil pontos, e o dólar dá continuidade a alta iniciada na sexta com a moeda negociando hoje perto de 5,20 reais.
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