Stiglitz lidera relatório e G20 reconhece ‘emergência da desigualdade’
Relatório alerta para os riscos econômicos e democráticos da concentração de riqueza
O G20 divulgou nesta segunda-feira, 3, seu primeiro relatório sobre desigualdade global, elaborado por um comitê independente de especialistas liderado pelo Nobel de Economia Joseph Stiglitz. A principal recomendação do grupo é a criação de um Painel Internacional sobre Desigualdade, nos moldes do IPCC do clima, para monitorar tendências, causas e impactos da concentração de renda e orientar políticas públicas.
O documento foi encomendado pelo presidente sul-africano Cyril Ramaphosa e contou com contribuições de especialistas de seis países, incluindo a brasileira Adriana Abdenur.
O relatório revela que, entre 2000 e 2024, o 1% mais rico do mundo apropriou-se de 41% da nova riqueza gerada, enquanto a metade mais pobre ficou com apenas 1%. A desigualdade extrema, segundo os autores, compromete a democracia, o crescimento econômico e a coesão social. Países com alta desigualdade — hoje 83% do total — têm sete vezes mais chance de sofrer retrocessos democráticos. A concentração de riqueza, somada a choques recentes como a pandemia, a guerra na Ucrânia e tensões comerciais, criou uma “tempestade perfeita” que agrava a pobreza global.
Entre as propostas, o relatório defende reformas na tributação internacional de multinacionais e ultra-ricos, regulação contra a concentração corporativa, investimentos em serviços públicos e políticas fiscais mais progressivas. Também sugere novos modelos de cooperação global, com o G20 assumindo papel central na coordenação de respostas à crise da desigualdade. Para Stiglitz, “já reconhecemos a emergência climática; é hora de reconhecer a emergência da desigualdade”.
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