Seis a cada dez pessoas estão propensas a trocar de banco, aponta Google
Instituições tradicionais e do meio digital disputam preferências, mas apego a marcas perde força
O setor bancário tem ganhado competitividade com o advento de novos concorrentes digitais, hoje representados por quase 1,3 mil startups financeiras no país, segundo levantamento da plataforma Distrito. Nesse contexto, estima-se que os brasileiros bancarizados têm contas em cerca de quatro instituições financeiras em média, mas consideram apenas duas como suas principais — que usam para a maioria das transações. O dado é de um estudo do Google encomendado aos institutos Quantas e Ligas Pesquisas e divulgado nesta terça-feira, 15. A pesquisa se volta às tendências do setor e, desse modo, pontua que 57% das pessoas consideram trocar seu banco principal, com 17% do total afirmando que há “muita chance” de optarem pela mudança. “Nenhum banco está muito melhor do que outro nesse aspecto”, diz Vitor Zenaide, líder de insights para serviços financeiros do Google no Brasil.
Também é apontado que os consumidores têm conhecimento de mais de 20 bancos e já utilizaram os serviços de ao menos sete deles. Segundo os dados, os motivos que levam os brasileiros a considerar um banco como de uso “principal” incluem a frequência de transações, apontada por 77% dos entrevistados, o recebimento de salário (58%), a oferta de crédito (49%) e a concentração de seus investimentos (44%). Os dois pilares centrais da decisão são a experiência digital e a segurança dos usuários, características que contrapõem os grandes bancos tradicionais e os nativos digitais na concepção dos consumidores.
O estudo mostra que os grandes bancos têm maiores chances de serem escolhidos por consumidores das classes A e B, enquanto os digitais se destacam na classe C. Entre as classes D e E, destaca-se o papel da Caixa Econômica Federal, via de acesso a programas sociais. Em relação à região, os nativos digitais são os favoritos dos moradores do Norte e Nordeste, enquanto seus pares tradicionais têm mais força no Sudeste do país. “Buscas por bancos digitais no Google Brasil crescem de maneira mais acelerada do que por bancos tradicionais”, pontua Zenaide. No entanto, o executivo frisa que os consumidores brasileiros estão cada vez menos apegados a marcas no setor bancário, pesquisando por melhores serviços independentemente de qual instituição seja a provedora.
Para a pesquisa, os institutos entrevistaram 2.500 brasileiros bancarizados, ou seja, que têm acesso a algum produto financeiro, com uma amostra que inclui todas as classes sociais e regiões do país. O estudo foi realizado entre abril e maio de 2023.
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