Qual a justificativa de se negociar livre comércio com Vietnã e Indonésia
Indústria acusa governo de falta de transparência ao negociar livre comércio com países suspeito de praticar concorrência desleal
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) está acusando o governo federal de falta de transparência ao autorizar o início de negociações para fazer acordos de livre comércio com Vietnã e Indonésia. O governo não divulgou dados que justificassem a abertura das negociações e também não fez consultas públicas, como deveria ter feito. A Câmara de Comercio Exterior, do Ministério da Economia, informou que, por enquanto, só foram autorizadas as primeiras conversas e garante que vai abrir o assunto para discussão com a sociedade antes de seguir em frente nas negociações. O ministro Paulo Guedes, no entanto, assinou uma resolução no início de março que aprova um “mandato negociador de livre comércio entre Mercosul e Indonésia e Mercosul e Vietnã”.
A indústria acusa tanto Vietnã quanto a Indonésia de adotarem práticas de concorrência desleal e também questiona as prioridades do governo. “Mas qual a prioridade? Discutir com a Indonésia ou com a União Europeia?”, questiona o economista-chefe da CNI, Renato da Fonseca. Apesar de o acordo entre Mercosul e União Europeia já ter sido assinado pelos presidentes dos países, ainda depende de articulação política para ser aprovado nas casas parlamentares. A União Europeia tem resistências ambientais com o Brasil para liberar o acordo.