‘Precisa ter novo olhar’, diz coordenador da Anbima sobre sustentabilidade
Carlos Takahashi falou condições de financiamento de projetos sustentáveis no fórum 'COP30 – O que o Brasil deve entregar ao mundo em Belém'
“É importante conhecer as diferentes realidades ligadas à natureza, o que não é algo muito usual no mercado financeiro. Precisa-se ter um novo olhar, porque é desse olhar que vão surgir novas oportunidades”, afirmou Carlos Takahashi, coordenador de sustentabilidade da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Ele participou do fórum “COP30 – O que o Brasil deve entregar ao mundo em Belém”, de VEJA.
Segundo Takahashi, as companhias e associações precisam estar dispostas a educar e letrar profissionais de mercado, para que eles tenham um novo entendimento de quais são os riscos apresentados por todos os eventos que fazem parte do desafio da transição energética. “São novas perspectivas de risco, novas métricas de risco”, comentou.
Para o coordenador, ao juntar os dois elementos – tanto os novos riscos quanto às oportunidades que poderão vir –, é possível criar novos instrumentos para o processo da transição energética, já que é uma agenda que não se constrói com recursos tradicionais e nem recursos vindos de um único bolso. “A boa conversa entre o público e o privado, recursos de longo prazo e recursos filantrópicos são absolutamente necessários.”
Quando questionado sobre o porquê de empresas do agronegócio terem recorrido a ações judiciais no ano passado, Takahashi reforça que esse é um setor muito resiliente e que conta com diversos mecanismos para o seu desenvolvimento. “Alguns aspectos, muitas vezes, levam as empresas às dificuldades, e é pra isso que a recuperação judicial é acionada.” De acordo com ele, o importante é não deixar de reconhecer a competitividade e a capacidade que o agronegócio representa no Brasil. “O setor sempre responde por uma parcela importante do PIB, mesmo nos momentos mais difíceis do país.”