Prates faz a limpa na gestão de Bolsonaro na Petrobras e mercado reage
VEJA Mercado: novo presidente da estatal trocou sete de oito diretorias e eleva apreensões no mercado sobre política de preços e dividendos

O novo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, trocou os chefes de sete das oito diretorias da estatal. Na última sexta-feira, 17, foram divulgados os nomes de Clarice Coppetti para a diretoria de Relacionamento Institucional e Sustentabilidade e o de Sergio Caetano Leite para o cargo diretor executivo financeiro (CFO) e de relacionamento com investidores (RI). No início de fevereiro, a nova gestão já havia indicado os chefes de outras cinco diretorias. Leite fará parte do comitê que terá poder sobre decidir os reajustes de combustíveis. Os analistas do banco Credit Suisse avaliam que a Petrobras vem de uma gestão forte e robusta que conduziu uma reestruturação empresarial apoiada por gestores experientes ao longo do tempo.
Os analistas já esperavam por mudanças profundas em relação à gestão do governo Bolsonaro, mas seguem atentos e preocupados em relação a possíveis mudanças na gestão de alocação de capital da Petrobras, do cumprimento do plano de investimentos anunciado até 2027 e, sobretudo, na política de preço de combustíveis e de dividendos. “Embora esperemos por algum grau de continuidade, estamos particularmente preocupados com a alocação de capital, a manutenção do bom plano de negócios 2023-2027, a possíveis mudanças na política de preços e possíveis mudanças na política de dividendos”, escrevem em relatório enviado a clientes.
Tais mudanças só devem ganhar corpo depois dos novos diretores serem aprovados em Assembleia Geral marcada para o dia 19 de abril ou em uma assembleia extraordinária, que deve ser convocada com 30 dias de antecedência. Ainda são esperadas novas indicações para o conselho de administração da Petrobras por meio do ministério de Minas e Energia.
Siga o Radar Econômico no Twitter