Pode passar boiada na brecha do teto dos gastos
Ex-presidente do Banco Central critica acordo que abriu créditos extraordinários para acomodar Orçamento
Para acomodar o Orçamento deste ano, governo e Congresso chegaram a um acordo e aprovaram um projeto que abre créditos extraordinários para que o governo gaste sem afetar o teto de gastos. “Você pode passar uma boiada nessa brecha que foi aberta pelo Congresso. Tanto porque, no Brasil, é muito fácil você dizer que tem uma prioridade, não só porque o país é grande, como também porque o poder de lobby, de pressão de grupos interessados em ter um benefício no setor público é grande”, disse à rádio TC o ex-presidente do Banco Central, Gustavo Loyola. O teto de gastos é considerado pelo mercado em geral como uma garantia de que o país terá uma dívida sustentável no futuro. “Se isso vira uma letra morta, gera incerteza. A incerteza é uma inimiga mortal da atividade econômica. Não há investimento com incerteza, nem mesmo consumo”.