Piso de enfermagem preocupa setor privado e cria tensão na bolsa
VEJA Mercado: analistas temem por demissões e fechamento de leitos
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou um projeto que estabelece o piso salarial dos enfermeiros em 4,75 mil reais por mês. O governo garante arcar com as despesas de hospitais públicos a níveis federal, estadual e municipal, assim como de instituições particulares que tenham pelo menos 60% dos atendimentos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O projeto tem um custo de 7,3 bilhões de reais e será enviado ao Congresso. A proposta ainda estabelece a transferência de qualquer superávit do governo federal para estados e municípios entre os anos de 2023 e 2027. Na bolsa de valores, a proposta preocupa as empresas privadas e cria tensão entre alguns analistas. A leitura é de que algumas operadoras podem não conseguir arcar com as novas despesas e, por consequência, podem demitir e fechar leitos. O governo garante arcar com os reajustes das instituições que atendem majoritariamente pelo SUS, apenas.
“Encontrar soluções de financiamento para o segmento privado continua sendo um obstáculo para novos pisos salariais”, avaliam os analistas do BTG Pactual. “O piso da enfermagem representa um risco para o sistema de saúde brasileiro inteiro, uma vez que instituições privadas (os maiores empregadores do setor) que não conseguirem arcar com os custos deverão fechar leitos, levando a precarização do cuidado da saúde no país, e onerando ainda mais o SUS”, temem os analistas da Genial Investimentos. Por volta das 13h, as ações de Hapvida e Qualicorp recuavam 3%.
Siga o Radar Econômico no Twitter