Petrobras tem carta na manga para baixar gasolina — mas analistas ponderam
Queda brutal nos preços do petróleo já abriria margem para cortes nos preços dos combustíveis
A Petrobras tem uma carta na manga para reduzir os preços da gasolina e do diesel no Brasil. A forte desvalorização do petróleo tipo brent nos últimos dias já abre espaço para a estatal alterar os preços dos combustíveis no país. A commodity perdeu quase 20% de valor em menos de uma semana e atualmente é negociada a 63 dólares por barril, o menor nível desde meados de 2020, em um dos ápices da pandemia. A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) calcula que os preços da gasolina e do diesel estão 6% acima da paridade internacional — ou 17 centavos por litro. Portanto, existe uma pequena margem para a Petrobras mexer nos preços — mas não é o que analistas fariam no momento.
A atual política de preços da estatal busca evitar repasses de volatilidade ou de movimentos bruscos nas cotações aos consumidores, como é o caso de agora. “A Petrobras não deveria seguir esse caminho. O argumento da companhia nos últimos dois anos é de que ela não traria volatilidade ao mercado, e isso vale no momento da alta e no momento da queda do petróleo. Os movimentos dos últimos dias foram acentuados e a diferença ainda é pequena, por isso é preciso esperar algumas semanas para ver”, diz Frederico Nobre, chefe de análise da Warren Investimentos, em entrevista ao programa VEJA Mercado.