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Os detalhes da acusação da Mobly contra fundadores da Tok&Stok

Família Dubrule teria autorizado pagamento de 5 milhões de euros aos controladores da Home24, principal acionista da Tok&Stok, a título de prêmio

Por Pedro Gil Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 22 abr 2025, 19h00

A coluna obteve novos detalhes da acusação de “manipulação de mercado” da Mobly contra a família Dubrule, fundadora da Tok&Stok. Denúncia encaminhada nesta terça-feira, 22, para a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pede o cancelamento da oferta pública de ações (OPA) para aquisição de 100% dos papéis da companhia. Juntas, Mobly e Tok&Stok formam o Grupo Toky.

A ofensiva da família Dubrule pelo controle da empresa, da qual são acionistas minoritários, começou em outubro de 2024. A gestora SPX, que detém cerca de 12% das ações da companhia, rechaçou a negociação. Os fundadores da varejista abordaram, então, o grupo alemão XXXLutz, controlador da Home24, que detém cerca de 44% da Tok&Stok. Deu samba.

No dia 15 de outubro último, os Dubrule teriam assinado com os alemães um acordo de exclusividade. Um mês depois, em 13 de novembro, Regis Dubrule, um dos familiares, teria autorizado o pagamento de 5 milhões de euros aos representantes da XXXLutz a título de prêmio pela negociação. A engenharia teria se dado da seguinte forma: Claude-Andre Deschamps, responsável pelo family office de Paul Jean Dubrule, encaminhou aos assessores de Regis uma procuração com “poder específico de comprar da Home24, em nome dele (Paul Jean), ações da Mobly pelo equivalente do valor total de 5 milhões de euros”. Regis tinha pressa: a procuração precisava estar na Suíça antes das 20h daquele dia — 16h horário de Brasília.

Também conforme documentos obtidos pela coluna, a ideia era que esse valor pudesse ser convertido em capital na Toky, mas a cifra acabou considerada como um “empréstimo pessoal” de Paul Jean a Regis. Ainda não se tinha clareza da estrutura necessárias para retomar o controle da empresa, ou “relançar a Tok&Stok”, nas palavras de Regis, nem o que essa participação representaria no capital social da companhia.

Em março deste ano, a Home24 pediu para incluir na pauta de reunião do conselho de administração da companhia a retirada da cláusula de poison pill da varejista de móveis. O mecanismo, conhecido como “pílula de veneno”, é uma estratégia de defesa que uma empresa pode usar para se proteger de uma aquisição hostil. Sem isso, os Dubrule poderiam efetivar a aquisição da varejista por 68 centavos de real por ação, o que representaria um desconto de 50% em relação ao preço de negociação da Mobly à época, de 1,35 real. Se a proposta fosse aceita, a aquisição da Toky custaria cerca de 58 milhões de reais aos fundadores. 

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Os Dubrule sempre negaram ter um acordo com a XXXLutz. Em entrevista a coluna Pipeline, do jornal Valor Econômico, Regis negou qualquer tipo de comunicação com os alemães quanto ao pedido de retirada da poison pill. “Foi uma grata surpresa para nós. Tivemos contato com vários stakeholders ao longo do tempo, mas não com eles sobre esse tema. A gente não tinha a menor noção de que eles iam entrar com esse pedido”, disse.

Além da CVM, a Mobly também encaminhou uma denúncia ao Ministério Público Federal (MPF) e um pedido de medida cautelar à Justiça comum para suspender a operação. Os Dubrule prometem manter a OPA.

 

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