O que Paulo Guedes pensa sobre o perdão às dívidas do Fies
Programa de abate de até 92% das dívidas do programa foi defendido com unhas e dentes pelo ministro, que fez paralelo com a crise de 2008

A medida provisória que beneficia alunos que aderiram ao Fundo de Financiamento Estudantil, o Fies, teve dedo do ministro da Economia, Paulo Guedes. Em uma reunião com a senadora Rose de Freitas (MDB-ES) e o ministro da Educação, Milton Ribeiro, há mais de três meses, os ministros chegaram à conclusão do desenho de um programa de abate de até 92% das dívidas do Fies para alunos que aderiram ao programa até o segundo semestre de 2017 — mantido guardado a sete chaves desde então.
Para defender a medida, Guedes, em seu tom professoral característico, fez um paralelo com a crise de 2008 e a situação de estudantes nos Estados Unidos. “Uma coisa que me incomodava era que o setor financeiro foi resgatado, mas deixaram centenas de milhares de jovens ao relento. Esses jovens não têm representação e poder para fazer lobby em Washington”, argumentou o ministro na ocasião. Assessores do ministro garantem que o impacto fiscal é mínimo, apesar de não divulgarem os números.
Ele defende que os prejuízos de estudantes que estão em débito há mais de dois anos já não estão precificados e, portanto, não configuram impacto fiscal. O ministro diz que a decisão de abarcar estudantes formados até 2017 beneficia jovens que estudavam durante a recessão de 2015 e 2016 e que, desde então, têm dificuldades para consolidar-se no mercado de trabalho.