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Radar Econômico

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O que é Evergrande, que pode quebrar e contagiar o mundo inteiro?

VEJA Mercado: incorporadora chinesa está mergulhada em dívidas e risco de calote faz bolsas derreterem pelo mundo

Por Diego Gimenes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 20 set 2021, 15h06

A Evergrande deixou o mercado com os cabelos em pé. A segunda maior empresa do gigantesco mercado imobiliário chinês, e que já foi considerada a maior do mundo em valor de mercado em 2018, está à beira da falência e de repente o mundo está na beira de ser todo contagiado. Fundada em 1996 por Xu Jiaiyn, que já foi o homem mais rico da China, a companhia possui hoje, aproximadamente 300 bilhões de dólares em dívidas (1,6 trilhão de reais). Mas como isso aconteceu?

Segundo os analistas, dois fatores foram fundamentais. O primeiro é de ordem regulatória, após um aperto do governo chinês no setor para fazer frente à especulação imobiliária. O segundo é a própria desaceleração nas vendas de imóveis, explicada pelo movimento do governo e pela atividade econômica chinesa menor do que o esperado em função da variante delta.

Fato é que a dívida cresce a cada dia e a incorporadora corre contra o tempo para apresentar um plano de recuperação que evite um calote bilionário em instituições do mundo inteiro, como HSBC, UBS e BlackRock. “Outro fator importante é o efeito contágio para outros setores da economia. Agora, o governo chinês tenta negociar com as instituições financeiras a viabilidade de prorrogação das dívidas da companhia e tentar, a curto prazo, evitar um provável colapso no sistema financeiro global”, avalia Túlio Nunes, especialista em finanças da Toro.

Para piorar, a crise desencadeia uma queda na  demanda chinesa por matérias-primas do setor de construção, como o aço. Se a China compra menos,  os preços das commodities despencam e, consequentemente, afeta receitas e resultados das empresas pelo mundo todo, sobretudo nos setores de minério de ferro e petróleo. O minério caiu quase 10% na China e o petróleo Brent negocia em queda de 2%. O temor de risco de contágio cresceu sobremaneira nesta segunda-feira e está derrubando os mercados pelo mundo todo. O Ibovespa caía 3% às 14h58. Em outras palavras, o mercado está aflito com a possibilidade de um calote estratosférico e aguarda, com preocupação, os próximos capítulos dessa história.

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