O principal entrave para votação do arcabouço, segundo relator
Deputado afirma desconhecer conversas que condicionem a pauta à iminente reforma ministerial

Frustrando expectativas, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), decidiu adiar a votação do arcabouço fiscal em meio ao andamento de outras negociações. Há quem afirme que o movimento está condicionado à reforma ministerial planejada pelo governo federal a fim de abarcar partidos do chamado Centrão em sua base. Para o relator do arcabouço, Cláudio Cajado (PP-BA), no entanto, o principal entrave para a votação da matéria não seria dessa ordem. “A princípio, a questão do consenso sobre o texto — ou a falta dele — é o principal ponto. Se o presidente Arthur chamar a mim e os líderes para alinhar o tema na semana que vem, tudo indica que seria para que a votação ocorra”, diz ao Radar Econômico.
Algumas lideranças partidárias defendem a versão do arcabouço com as alterações incluídas pelo Senado, outras preferem o texto de Cajado, que tem menos excepcionalidades fiscais. Segundo o relator, Lira optou por adiar matérias em que julga não haver o consenso almejado. Na Câmara, o texto foi aprovado por 372 votos na primeira votação. Cajado frisa que quem define o momento da próxima votação é Lira a partir de conversas com os líderes partidários, mas diz também que, em tese, seria possível resolver a questão muito em breve.
Questionado sobre a suposta relação entre a reforma ministerial e a votação do arcabouço, o deputado diz não ter participado desse tipo de discussão. “Não faço parte dessa conversa, da tratativa de se alguns membros da bancada (do PP, partido de Cajado e de Lira) vão aderir ou não ao governo. O que sei é que o presidente do partido, Ciro Nogueira, disse que o partido como um todo não vai apoiar o governo”, diz.
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