O prêmio que Bradesco vai receber se conseguir salvar venda da Eletrobras
Debenturistas de Furnas precisam aprovar aporte na usina de Santo Antônio

O Bradesco vai ganhar um adicional de cerca de 70% nos taxas que está cobrando da Eletrobras para fazer a toque de caixa as assembleias de debenturistas de Furnas. É comum no mercado de debêntures que as empresas peçam o chamado waiver, o perdão, para seus credores por algum desenquadramento nos termos ajustados em contrato. O que não é tão comum é fazer a aprovação em tempo tão apertado e que uma privatização de 30 bilhões de reais dependa deste perdão.
Um aporte de capital na usina de Santo Antônio de 1,58 bilhão de reais mexeu nos contratos de Furnas e levou a empresa a convocar a assembleia. A primeira aconteceu nesta segunda-feira e não conseguiu quórum suficiente para que pudesse deliberar a aprovação do waiver. A exigência era de um quórum de 50%. A segunda assembleia acontece dia 06 de junho é mais flexível e a expectativa é de ter o quórum de 30% requerido e conseguir aprovar, mesmo que raspando.
O Bradesco está tendo que correr atrás de 2.700 investidores pessoas físicas espalhados em diversos bancos. Na sua proposta original lançada para Furnas, o banco cobrou 3 milhões de reais para fazer a aprovação em 3 meses. Se conseguir aprovar em até um mês vai ganhar 2 milhões de reais a mais. A seu favor para fechar o negócio, o Bradesco tinha o fato de que era detentor da primeira série das debêntures e seus clientes pessoas físicas detém 25% do valor total da segunda série de debêntures. O conselho da Eletrobras avisou que vai cancelar a venda da empresa se não tiver a aprovação até o dia 06 de junho.
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