O otimismo da Air Europa com o Brasil — e as contas para consolidar rotas
Companhia aérea vai expandir frequência de voos a partir de Salvador

A Air Europa está retomando o fôlego no Brasil. E faz contas para voltar a crescer. A companhia aérea vai incrementar o número de voos a partir de Salvador, na Bahia, para Madri, na Espanha. Serão quatro rotas semanais. ‘Salvador é um destino turístico que não está saturado, como o Rio de Janeiro, com oportunidade de crescimento’, diz Bernardo Botella, diretor global de Vendas e Distribuição da Air Europa. A taxa de ocupação do atual único voo semanal é de cerca de 90%. ‘Vamos incrementar o nível de passageiros”. Além de Salvador, a empresa também opera um voo diário de São Paulo — com taxa de ocupação acima de 95%.
O incremento da rota faz parte de um plano global da Air Europa. A partir de junho, os voos de Medellín, Panamá e Assunção para Madri ganharão uma frequência adicional, chegando a uma operação diária. As rotas entre a capital espanhola e os destinos turísticos de Cancún e Punta Cana passarão a contar com cinco frequências semanais.
Além disso, a conexão entre Nova Iorque e Madri se tornará diária, e serão lançados voos diretos de Quito e Guayaquil para a Europa, com três frequências semanais para cada uma dessas cidades equatorianas. Em 12 de maio, será lançada uma nova rota entre Madri e Istambul.
Em 2024, a Air Europa deve registrar o melhor resultado da companhia, com receita superior a 2,9 bilhões de euros. O total de passageiros transportados foi superior a 12 milhões. As projeções para 2025 indicam que o céu está para brigadeiro. No segmento de voos de longa distância, a oferta de assentos pode ultrapassar 3,5 milhões, enquanto o número de passageiros deve superar 3,3 milhões.
Com tantas boas notícias, o plano em 2025 é consolidar as rotas existentes. No Brasil, antes da pandemia, a Air Europa voava também para Recife e Fortaleza. Não há planos para retomar esses trajetos. ‘Sofremos muito na pandemia e tivemos que reduzir a operação, mas aproveitamos aquele momento para renovar a frota de aeronaves’, diz Botella. Neste ano, serão três novos aviões que serão agregados à frota de 26 Boeing 787 Dreamliner. Cada aeronave custa cerca de 250 milhões de euros.
Enquanto faz planos, a Air Europa acompanha, de longe, as negociações de fusão entre Azul e Gol, com quem possui parcerias estratégicas. ‘Esperamos que continue assim’, brinca Botella. O que pode ser aproveitado do acordo das aéreas no Brasil, entretanto, são os espaços de operação em aeroportos que saírem com a aprovação do negócio pelo Cade. ‘Eventualmente, podemos aproveitar algum slot para incrementar rotas existentes, mas não vamos nos tornar uma empresa de voo doméstico no Brasil’, diz.
Outra questão que é observada é a desvalorização do real, que pode tornar a operação pouco lucrativa. ‘Isso reduz o poder aquisitivo da população, é óbvio, mas o que estamos vendo é que o pós-pandemia continua a gerar demanda forte por viagens’, prossegue Botella. ‘O Brasil faz parte do nosso crescimento a nível global’.