O número incômodo para os planos de saúde
A maioria das solicitações realizadas através de operadora foi julgada não pertinente, com risco de sobrecarga dos negócios

Seis a cada dez procedimentos clínicos solicitados através da operadora Sami Saúde no último semestre não apresentavam pertinência médica, segundo a empresa, ou seja, os procedimentos foram julgados como não sendo indicados ou necessários. O número preocupante é indicativo de um desafio para a sustentabilidade financeira do segmento de planos de saúde, que corre risco de sobrecarga. Entre os pedidos mais recorrentes sem justificativa clínica adequada, estão aplicações de ácido hialurônico na ortopedia, cirurgias de coluna e bucomaxilofaciais — todos com alto custo para as operadoras e, consequentemente, para os beneficiários. A Sami Saúde estima que esses procedimentos podem influenciar o reajuste dos planos em até 30%, devido à alta sinistralidade. Para lidar com o desafio, a empresa tem apostado em recursos como o uso de inteligência artificial generativa para analisar milhares de guias médicas por mês. Essa ação é complementada por processos como a Segunda Opinião Médica e Junta Médica, recursos regulamentados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) que consistem na análise imparcial de profissionais em cada solicitação dos pacientes.