O fator que atua na gangorra entre Tesouro dos EUA e busca pela renda fixa
Cenário desafiador, mas não de crise aguda, tem conferido atratividade à renda fixa

A elevação abrupta dos juros americanos do intervalo entre 0% e 0,25% para o intervalo entre 3,75% a 4% em apenas oito meses traz alguns efeitos danosos ao mercado. Os títulos do tesouro dos Estados Unidos são os dos mais impactados, especialmente os pré-fixados. A rápida mudança no cenário macroeconômico provocou uma mudança na dinâmica de rentabilidade desse tipo de investimento. “Os títulos do Tesouro americano chegaram a cair mais de 23% desde o início do ano, especialmente os que foram emitidos antes do ciclo de alta dos juros no país. Eles são, na maioria, pré-fixados e, se o juro sobe, o valor do título precisa cair para que a rentabilidade contratada seja a mesma no final. Se o investidor levar até o final o vencimento, essa marcação não influencia”, diz Guilherme Zanin, analista da Avenue.
Quanto às alternativas de ativos que têm sido buscadas pelos investidores, o desempenho do dólar serve como uma espécie de termômetro, uma vez que a valorização da moeda ajuda a explicar o aumento na procura pelos investimentos em renda fixa nos EUA. “O dólar tem se valorizado em relação a outras moedas porque os investidores estão buscando aplicar na renda fixa dos EUA, com taxas que eram impossíveis de encontrar no passado”, explica. “A elevação dos juros fez com que os títulos fossem marcados no curto prazo por quedas expressivas, mas não vemos quebra das empresas ou um número de ‘calotes’ elevado. O que existe é um ambiente desafiador, mas com as empresas se adaptando”, complementa o gestor.
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