O bilionário desconhecido que virou conselheiro da Petrobras
Juca Abdalla é o segundo mais votado na assembleia de acionistas da estatal

José Joao Abdalla Filho, que também atende por Juca Abdalla, tem a fama de ser o bilionário mais desconhecido do Brasil. Mas ele não é qualquer bilionário. Sua fortuna vem de participações relevantes que seu banco, o Banco Clássico, possui em empresas como Eletrobras, Engie, Cemig e da própria Petrobras. Foi com essa participação na estatal de petróleo que Juca Abdalla foi eleito na noite de ontem, pela primeira vez, membro do conselho de administração da empresa. Ele já havia tentado no ano passado, sem sucesso. Desta vez, foi o segundo mais votado na assembleia de acionistas, perdendo apenas para Marcelo Gasparino, também representante dos minoritários. Com tanta confusão causada pelo presidente Jair Bolsonaro em torno da empresa, os minoritários deram o recado ao eleger 4 membros para o conselho e assim avançaram sobre as vagas dos indicados pela União.
Mas ter Abdalla no conselho é uma grande novidade para a estatal. Na lista dos brasileiros mais ricos feita pela Forbes, Juca Abdalla aparece entre os 15 primeiros. Ele possui 2,8 bilhões de dólares ou algo em torno de 11 bilhões de reais em patrimônio, segundo a revista. No mundo, ele ocupa a posição 1096 entre os mais ricos. Mas sua fortuna pode ser ainda maior. À Justiça federal, em dezembro de 2020, durante depoimento em um processo em que é acusado de pagar propina a um juiz para obter vantagens no recebimento de precatórios de um terreno para fins de reforma agrária, Abdalla informou que o patrimônio do seu banco é algo em torno de 16 a 17 bilhões de reais. O depoimento foi divulgado pela revista piauí. Na transcrição do depoimento, Abdalla diz que tem 1% da Petrobras: “que parece pouco, mas é muita coisa”.
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