Nem todos farão a transição energética de forma adequada, diz gestor
José Pugas, sócio e diretor de Sustentabilidade da Régia Capital, afirma que avanços estão acontecendo, ainda que devagar
José Pugas, sócio e diretor de Sustentabilidade da Régia Capital, participou do painel “O capital para a transição energética”, do evento Fórum de Transição Energética, organizado por VEJA nesta semana. Segundo ele, ainda existe uma “trava de conhecimento e de oportunidades” no mercado financeiro em torno do debate sobre transição energética. O assunto, porém, vem aos poucos ganhando relevância e evoluindo. “Tenho visto uma evolução do mercado financeiro em conseguir capturar isso [transição energética] e colocar isso nas matrizes de riscos e na precificação dos ativos”, afirma. “É um processo mais lento do que gostaríamos, mas está acontecendo.”
Pugas também afirma que os participantes do mercado financeiro não podem mais ignorar o tema, considerando que “há dinheiro na mesa” — o que faz com que, de uma forma ou de outra, o interesse comece a crescer. Assim, é “questão de tempo” até que o debate sobre transição energética, assim como outros temas voltados à preservação ambiental, desenvolvimento socioeconômico e governança corporativa, se consolide. “É natural que nem todos consigam fazer a transição de forma adequada, e as empresas vão perder oportunidades”, afirma. “O caminho do capital é o mesmo de qualquer gestor, identificar o ativo mais arriscado e pouco atraente e onde é muito atraente com menor custo de capital”, afirmou.