Negociações para acordo entre Eletrobras e governo voltam a estaca zero
A Eletrobras informou ao mercado que pedirá mais uma vez a prorrogação do prazo das negociações
Voltou à estaca zero a tentativa de acordo entre a direção da Eletrobras e o governo sobre a definição do poder de voto da União na ex-estatal. A União detém 45% das ações da Eletrobras, mas vota como se tivesse apenas 10% das ações.
Depois do fracasso das últimas reuniões, a Eletrobras informou ao mercado que pedirá mais uma vez a prorrogação do prazo das negociações que, pelo acerto anterior, termina na próxima terça-feira.
O grupo privado que controla a Eletrobras oferece três vagas no Conselho de Administração e uma no Conselho Fiscal para que o governo desista de uma ação em que tenta recuperar, no Supremo Tribunal Federal, poder de voto equivalente aos 42% das ações que tem na companhia.
O grupo privado quer ainda que o governo volte a controlar a Eletronuclear, o que implicaria assumir um encargo de 27 bilhões de reais da subsidiária da Eletrobras. São 7 bilhões de reais de dívidas e mais 23 bilhões de reais de investimentos obrigatórios na conclusão das obras de Angra III.
As negociações com vistas a um acordo foram determinadas pelo ministro Nunes Marques, do Supremo Tribumnal Federal, em dezembro do ano passado.