‘Não fazem falta’: os bastidores da briga sem fim da Cesan e Tubonews
Presidente da Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan), Munir Abud diz que 'não há repasse a ser feito pela empresa' a Tubonews

Presidente da Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan), Munir Abud diz que ‘não há repasse a ser feito pela empresa’ a Tubonews, uma das empresas responsáveis pelos serviços de manutenção da rede de abastecimento e saneamento no Espírito Santo.
Nesta terça-feira, 6, a Tubonews anunciou que não terá condições financeiras de pagar os salários dos seus 876 funcionários neste mês. A Tubonews espera receber da Cesan mais de 40 milhões de reais, valor que corresponde as dívidas acumuladas ao longo dos primeiros quatro meses do ano. “Temos diversos processos administrativos por recorrentes faltas da empresa, com abandono de mais de cinco mil ordens de serviço não atendidas”, diz Abud. “Tudo isso gerou danos à população do Espírito Santo. Não devemos nada”.
A Tubonews não presta serviços à Cesan há 15 dias. “Não fazem falta para a cidade”, diz Abud. Segundo o presidente da Cesan, um dos processos sancionatórios trata sobre a morte de um trabalhador.
A empresa Tubonews estaria impedida de participar de licitações após a morte de um bombeiro civil que trabalhava sem equipamentos de proteção individual (EPIs) e sem o devido acompanhamento da equipe de segurança do trabalho da contratada. O acidente ocorreu em 5 de fevereiro de 2025, em Boa Esperança, Noroeste do Espírito Santo. O trabalhador, de 42 anos, foi soterrado ao inspecionar uma obra quando a via cedeu, levando terra e placas de asfalto para dentro do buraco escavado. A companhia aplicou glosas administrativas de aproximadamente R$ 30 milhões e suspendeu a empresa de participar de concorrências e prestar serviços pelos próximos dois anos. “A empresa não tem crédito a receber e tem uma questão trabalhista a ser resolvida que nada tem a ver conosco. Se ela tivesse alguma ordem judicial eu já estaria preso e os bens da Cesan sequestrados”.