Mulheres sofrem cinco vezes mais assédio sexual no trabalho, aponta estudo
Uma de cada quatro mulheres diz ter sido demitida ao voltar de licença-maternidade; nenhum homem relatou o mesmo problema
Apesar de esforços de empresas para enfrentar a desigualdade de gênero no ambiente de trabalho, mulheres seguem sendo as que mais sofrem com assédios e demissões após licença parental. Cerca de 18,3% das mulheres já sofreram assédio sexual no trabalho, percentual cinco vezes maior que o dos homens — de 3,4%. Quando o assunto é assédio moral, 31% das mulheres relatam já terem sofrido esse tipo de violência, enquanto para os homens o patamar é de 22%. Os dados são de levantamento da startup de aconselhamento jurídico Forum Hub. “É um cenário que advogados observam no dia a dia. A maioria dos clientes que sofrem com violações trabalhistas graves são mulheres”, diz Patrícia Carvalho, CEO da companhia.
Outro dado alarmante diz respeito a demissões em decorrência de licença parental. Uma de cada quatro mulheres diz ter sido demitida ao voltar de licença, corroborando um estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV) de 2022 que aponta que metade das mulheres perde o emprego nos dois anos seguintes à licença. Nenhum homem relatou ter sido impactado pelo problema. “Ainda são poucas as empresas que oferecem uma licença de meses – tal como a lei obriga no caso das mulheres – para seus colaboradores homens”, diz Carvalho.