O número de pedidos de recuperação judicial no agronegócio mais que dobrou entre os anos de 2023 e 2024 atingiu 1.272 no último ano, segundo dados da Serasa Experian. A elevação dos juros nos últimos anos e a desvalorização dos preços de algumas commodities pressionaram o setor. A avaliação de alguns especialistas é que as empresas deveriam se tornar menos dependentes de recursos estatais e terem maior acesso ao mercado de capitais. “O Brasil já mostrou que é possível fazer uma agricultura empresarial e de mercado de capitais”, disse Gustavo Junqueira durante o VEJA Fórum COP30. “Obviamente ainda existe uma estrutura estatal em que o Plano Safra é importante, mas cada vez mais o governo deve passar a utilizar seus recursos como lastro de operações do setor financeiro e menos como uma distribuição direta de recursos”, afirmou

Junqueira acredita que o alto número de pedidos de recuperação judicial faz parte de um processo evolutivo como ocorreu com os setores de açúcar e álcool no final do século passado. “Um fundo garantidor é uma das soluções para as empresas tomarem crédito no mercado. O governo entraria nas operações como garantidor do crédito, e não necessariamente como financiador”, diz Junqueira.

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