Bolsonaro agora precisa da mídia e manobra para fazer passar Lei Globolixo
Governo trabalha para alterar lei e conseguir investir até seis vezes mais em propaganda oficial durante ano eleitoral

No início de seu mandato, o presidente Jair Bolsonaro não cansava de se gabar de como havia cortado publicidade da mídia. Especialmente da Globo. Mas nada como um ano eleitoral para mudar as perspectivas. A lei eleitoral prevê que um governante não pode gastar mais do que a média mensal de gastos que teve com publicidade nos últimos três anos. Bolsonaro efetivamente gastou, na média, 25% menos do que Dilma e Temer, no mandato de 2015 a 2017, por exemplo, segundo dados do Portal da Transparência. Mas, atrás nas pesquisas, o presidente notou que precisa fazer mais propaganda e, portanto, gastar mais. O centrão está dando uma ajudinha. A Câmara aprovou, na semana passada, uma proposta de lei do deputado Cacá Leão, do PP, que prevê que um governante possa gastar até 6 vezes mais do que a média que gastou mensalmente nos últimos três anos durante o ano eleitoral. O texto precisa ainda ser aprovado no Senado. Nos corredores do Congresso Nacional, a lei já está sendo chamada de Lei Globolixo. Bolsonaro agora quer anunciar, e muito, na Globo e em todo o resto da mídia tradicional.
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