Inflação e volatilidade à vista não abalam otimismo com os EUA, diz TAG
Relatório da gestora aponta tarifas e temperamento de Trump como fatores de risco

Com a recente eleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, o país deve sofrer com mais inflação no curto prazo, o que será um desafio para o Federal Reserve (Fed), o banco central americano. O clima do mundo corporativo estadunidense, contudo, segue de otimismo. A análise é da gestora TAG Investimentos e está contida em sua carta mensal de dezembro, que será enviada a investidores na sexta-feira, 6. A alta da inflação à vista seria motivada pelas tarifas de importação e as políticas imigratórias prometidas por Trump. “Com isso, o Fed possivelmente tem mais um corte de juros e, depois, para um tempo para analisar a economia após a mudança de política econômica”, avalia a TAG. A gestora acredita que o banco central americano deve manter a inflação sob controle mesmo no governo de Trump, mas admite haver um risco de “a inflação voltar mais forte e o Fed começar a falar em subir taxas de juros”, como diz a carta. Outro ponto de atenção é a maior volatilidade dos ativos ocasionada pelo futuro presidente. “Temos que lembrar que Trump, com o seu estilo, é o Sr. Vix (índice que mede volatilidade) em pessoa”, diz a TAG. Apesar desses complicadores, a gestora mostra franco otimismo com a trajetória econômica dos EUA no médio prazo, motivado por eventuais cortes de impostos, desregulamentações e ganho de força do dólar — consequências prováveis do novo governo. “Os próximos 4 anos para a América corporativa serão provavelmente muito bons”, conclui a gestora.