Fundadores da KaBuM! acusam Trajano, que rebate: ‘Calúnias’
Thiago e Leandro Ramos pediram a convocação de uma assembleia para apurar a prescrição de um suposto crédito fiscal no valor de 40 milhões de reais

Fundadores da KaBuM!, os irmãos Thiago e Leandro Ramos acusam o empresário Frederico Trajano, diretor-presidente da varejista, de responsabilidade em uma suposta fraude contábil que resultou em um ajuste acumulado no patrimônio líquido de 829 milhões de reais. Além disso, supostamente motivado por “vingança”, Trajano teria agido deliberadamente para prescrever um crédito fiscal no valor de 40 milhões de reais, que havia sido reconhecido pela Receita Federal em favor da KaBuM!.
Os irmãos, por deterem conjuntamente 1,02% do total de ações do Magazine Luiza, pediram a convocação de uma Assembleia-Geral Extraordinária, para apurar essas eventuais responsabilidades. O Magazine Luiza convocou o encontro de acionistas para o próximo dia 29 de maio. Internamente, a diretoria da empresa trata o assunto como parte de uma estratégia “diversionista” — distração. “Sabem que não vai dar em nada”, revela reservadamente um executivo do Magalu.
Em carta, Trajano tratou as acusações como “mentirosas”. “Ataques à minha pessoa – mentiras, falsas acusações, calúnias – não servirão, em hipótese alguma, para que os antigos controladores do KaBuM! obtenham qualquer tipo de vantagem indevida, em prejuízo da Companhia”, escreveu. “Garantir isso é minha responsabilidade diante do Magazine Luiza e dos demais acionistas. Afinal, o melhor interesse da Companhia deve, sempre, estar à frente de qualquer outro”, completou.
A KaBuM! foi vendida ao Magalu em 2021, em um contrato que previa o pagamento de 3,5 bilhões de reais, composto por 1 bilhão de reais em dinheiro e outros 2,5 bilhões de reais conversíveis em ações do Magalu – 1 bilhão de reais desse montante deveria ser pago até 2024. Os irmãos, no entanto, alegam terem recebido menos da metade do preço acordado.